Instalado na última terça-feira (4), o grupo de trabalho criado pelo governo baiano para acompanhar a candidatura e viabilizar a escolha de Salvador como cidade anfitriã da Copa do Mundo de Futebol de 2014, vai realizar sua primeira reunião amanhã (7), a partir da 9 horas, objetivando iniciar o processo de discussão das ações estratégicas institucionais e logísticas para adequar a cidade às exigências impostas pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Cabe ao grupo estabelecer um cronograma de ações que corresponda ao calendário da FIFA.

Coordenado pelo secretário Fernando Schmidt, do Gabinete do governador, o grupo substitui o anterior criado com o objetivo de responder o Caderno de Encargos que defendeu a pré-qualificação do Estado como sede de jogos da Copa de 2014. Além do chefe-de-gabinete do governador, o grupo é composto por representantes da Casa Civil, das secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes (Setre), Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Turismo (Setur), Infra-Estrutura (Seinfra) Planejamento (Seplan) Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Segurança Pública (SSP), e da Cultura; Assessoria Geral de Comunicação (Agecom), da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Prefeitura de Salvador.

A reunião de amanhã vai traçar as primeiras linhas para dotar Salvador das condições necessárias para abrigar a Copa do Mundo, conforme explicou Schmidt, informando que o grupo vai trabalhar com quatro câmaras temáticas: estádio e práticas esportivas (que definirá sobre a construção do novo estádio e da implantação de campos de treinos para as seleções que disputarão os jogos em Salvador); mobilização social (encarregada da divulgação de todos os eventos envolvendo o Campeonato Mundial de Futebol), aspectos legais e institucionais (responsável pela definição da modelagem a ser adotada para a construção do estádio, dos campos de treinos e de outros equipamentos exigidos pela FIFA), e infra-estrutura, turismo e segurança (responsável pelas ações nas áreas).

Fonte Nova

De acordo com o coordenador, a Superintendência de Desportos da Bahia (Sudesb) é a secretaria executiva do Grupo de Trabalho. A primeira reunião será da câmara temática dos aspectos legais e institucionais e vai iniciar as discussões em torno da construção do novo estádio que substituirá a Fonte Nova, cuja demolição já foi anunciada pelo governador Jaques Wagner. “A decisão do governador não será modificada. A Fonte Nova será substituída por um novo estádio no mesmo local. O que vamos começar a pensar é na modelagem institucional para destruição do estádio atual e construção de um novo. Há simpatia pelo modelo de Parceria Público-privada (PPP), mas temos que estudar os aspectos legais”, assinalou Schmidt.

Ele ressalta ainda que existem aspectos técnicos a ser estudados, como a viabilidade de uma licitação única para demolir o atual estádio, a possibilidade de essa destruição ser uma demolição ou a implosão da Fonte Nova. Schmidt destaca ainda a necessidade de atender aos trâmites burocráticos. “Essa primeira reunião buscará  ajustar as decisões aos aspectos técnicos e legais, por isso vamos iniciar os trabalhos com essa câmara temática”, explica ele, destacando que o grupo tem que desenvolver seu cronograma de trabalho de forma a se enquadrar ao calendário imposto pela FIFA. “Por exemplo, não temos que ter um estádio construído já em 2008, mas esse é o prazo para apresentar o projeto à FIFA”.

Desde que a Bahia se candidatou para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, o governo do Estado tem recebido projetos para a construção do novo estádio. “Muitas empresas já se adiantaram e apresentaram projetos. Temos uns quatro ou cinco. Nessa última viagem do governador à China, a empresa que construiu os estádios para as olimpíadas se mostrou interessada em participar do projeto do novo estádio baiano”, lembra o coordenador do Grupo de Trabalho.

Schmidt destaca, no entanto, que esses projetos são contribuições espontâneas de empresas interessadas em entrar na disputa para a construção do novo estádio, o que não significa que já exista um projeto pré-definido pelo governo baiano. “A administração pública exige a obediência dos trâmites legais. Tanto a demolição, quanto projeto, construção e outras ações exigem processos licitatórios”, destaca Fernando Schmidt. Ele ressalta ainda o custo de construção do novo estádio, que deve girar em torno dos R$ 300 a R$ 350 milhões, sem contar o custo de demolição da Fonte Nova.

Pituaçu

Enquanto o Grupo de Trabalho discute as primeiras providências para viabilizar a realização de jogos da Copa do Mundo de 2014 na Bahia, o governo busca também soluções para atender à necessidade dos clubes de futebol do estado para disputar partidas em Salvador. Com a interdição da Fonte Nova, as atenções foram voltadas para o estádio de Pituaçu, que será reformado para atender à demanda dos clubes baianos.

Apesar da preocupação do governo que já anunciou a reforma do estádio de Pituaçu , o secretário Fernando Schmidt alerta que não há condições de a reforma ser executada a tempo de o estádio abrigar os jogos do campeonato baiano. “Vamos trabalhar para que Pituaçu esteja pronto até o início do campeonato nacional, mas descartamos qualquer possibilidade de as obras serem concluídas até o início do campeonato baiano”, assinala o chefe-de-gabinete do Governo.

Schmidt lembra que o certame baiano se inicia já no mês de janeiro, o que não possibilita a conclusão das obras em prazo tão curto. “Não há a menor chance de Pituaçu ser reformado nesse prazo”, diz, ressaltando mais uma vez a necessidade de atender aos trâmites legais. Conforme ele, o estádio não foi concebido dentro das exigências do Estatuto do Torcedor e há muitos serviços a serem realizados para adequá-lo ao Estatuto.