Um ano positivo. Assim o governador Jaques Wagner definiu 2007, considerando como ganhos importantes para a sociedade baiana, a “revolução social” que o Estado está vivendo e a mudança de hábitos políticos na forma de gerir os recursos públicos. Ele citou, como exemplos, a nova modalidade de licitar, que é mais transparente, barateando os custos do estado, e uma participação muito maior da sociedade na formulação das políticas públicas, levando a população a perceber que o governo quer dialogar com o povo, quer ouvir seus anseios, suas reivindicações. “Foi assim no PPA Participativo e em todas as conferências que nós fizemos”, enfatizou.
O governador salientou o crescimento de 4,5% da economia baiana, o que representou um aumento de 0,5% comparado ao ano de 2006, que registrou o percentual de 4,0%. “É possível que a gente encerre o ano perto de 5% de crescimento”, previu, ressaltando também a expansão de atendimento à agricultura familiar. Este mês foram assinados convênios com a Petrobrás para proporcionar a ampliação do atendimento a mais 23 mil famílias de pequenos agricultores, e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, totalizando R$ 40 milhões em investimentos no setor, o que resultará em mais geração de emprego e renda para a população baiana. Destacou ainda o aumento do número de empregos e apoio dispensado ao micro e pequeno empresário.
Wagner citou a relação respeitosa e harmoniosa entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, que resultou na construção da Agenda Bahia, por meio da qual os três poderes discutem as principais questões que atingem a população, buscando, juntos, as soluções para combater os problemas e implementar ações, visando melhorar a vida de cada cidadão.
Ele ressaltou a independência dos poderes, frisando que, pela primeira vez, o Judiciário e o Legislativo deixaram de receber pressão do Executivo. “Eu tenho convicção que, na democracia, no respeito à opinião de todos, no diálogo com a sociedade e com os outros poderes, nós estamos fazendo uma Bahia mais transparente, mais igual, ou seja, de oportunidades iguais para todos. Uma Bahia melhor para aqueles que querem investir, porque os empresários sabem que não existe jogo de carta marcada para favorecer ninguém”.
A isenção do ICMS no consumo de energia elétrica para quem gasta até 50 kilowatts por mês, o que representa uma redução de 33% no valor das contas, foi também destacada pelo governador. “Isso beneficia 1,1 mil famílias, que terão mais dinheiro para poder fazer aquilo que necessitam na sua família”, assegurou Wagner.
Parceria
Mesmo reconhecendo que ainda há muito a ser feito para elevar a condição de vida da população baiana, o governador pontuou outras ações que buscam a melhoria na qualidade de vida do cidadão. Uma delas, a parceria com o governo federal, que possibilitou investimentos significativos na área da saúde, como a reforma e reaparelhamento de hospitais e a construção de novas unidades de saúde, a exemplo da ampliação em mais 60 leitos do Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, e a inauguração de seis novas farmácias populares, que comercializam medicamentos a preços mais baratos. “Em 2008, pretendemos implantar 27 farmácias populares em todo o estado”.
Na educação, Wagner considerou o programa Todos pela Alfabetização (Topa), que pretende alfabetizar um milhão de baianos até o final do governo, como uma das ações mais importantes. Lançado em maio, também em parceria com o governo federal, o programa tinha como meta para 2007 efetuar 100 mil matrículas, mas registrou 200 mil, fato considerado pelo governador como uma resposta altamente positiva.
Para o governador, a parceria com o governo federal tem sido fundamental para mudar a realidade baiana em todos os setores, já que isso representa injeção de recursos federais para a realização de obras essenciais. Além dos investimentos federais em saúde e educação, o governador destaca a significativa contribuição para melhorar a infra-estrutura estadual, como os recursos liberados destinados à recuperação e requalificação das estradas, o incremento das ações de programas federais, como o Luz para Todos, que já possibilitou, este ano, a realização de 80 mil novas ligações.
Dois outros pontos destacados são a construção da ferrovia da integração oeste-leste e os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados à Bahia para investimentos em saúde, saneamento básico, habitação, entre outras áreas. A parceria do governo federal vai possibilitar, por exemplo, o resgate da função do Departamento de Infra-estrutura de Transporte da Bahia (Derba), que reassumirá a atividade de recuperar e manter as estradas baianas.
Depois de recuperadas, as residências serão reativadas e reaparelhadas, permitindo que o órgão possa cumprir sua finalidade. “Acabei de receber, neste final de ano, 180 máquinas novas para o Derba. Vamos reequipar 15 residências do Derba, do total de 20, ou seja, quase a totalidade. Isso vai ajudar os nossos prefeitos e a nossa gente, a melhorar as estradas, inclusive as estradas vicinais para o escoamento da produção, e, portanto, melhorar a condição de vida das pessoas”, afirmou o governador.
Outras ações importantes, como a implantação de um novo acesso ao aeroporto de Salvador, a construção de um novo aeroporto em Ilhéus, os recursos destinados ao programa Água para Todos e os convênios firmados com a Caixa Econômica Federal foram ressaltadas por Jaques Wagner, para quem essa contribuição é fundamental, não para fazer o sucesso do seu governo, mas para permitir a realização de obras que visam proporcionar melhor qualidade de vida a cada baiano. “Eu, sinceramente, sempre peço mais ao presidente Lula, mas não posso deixar de registrar e agradecer a ele, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) e a todos os ministros que têm ajudado na construção de casas populares, na construção de uma nova Bahia”.
Novos tempos
Na avaliação do governador, a Bahia já está percebendo que este é realmente um novo governo. “Eu espero estar atendendo às expectativas. Eu sei que elas são grandes, mas quero dizer a toda a nossa gente que nós estamos trabalhando com muita determinação e obstinação. Trabalhando muito para fazer essa Bahia cada vez melhor, atraindo novos investimentos, buscando proporcionar igualdade para todos, cuidando, particularmente, da nossa juventude e com um jeito de governar totalmente diferente”.
Wagner afirmou ainda que a Bahia vive um momento de grande revolução social, uma revolução também de hábitos políticos. “Nunca é demais falar que a transparência, o combate à corrupção e ao crime organizado tiveram marcas muito fortes em 2007, que a Bahia não via há muito tempo”, disse o governador, referindo-se às ações dos governos federal e estadual de combate à corrupção, à sonegação fiscal e ao desvio de recursos públicos.
– Realizamos investigação nos restaurantes que sonegavam impostos. Depois, a operação Jaleco Branco, que descobriu várias empresas usurpadoras do dinheiro público, por meio de contratos mal feitos. Fizemos novas licitações, reduzindo em até 70% o custo do serviço comprado pelo estado. Eu considero que essa também é uma grande revolução dos hábitos políticos que existiam na Bahia”, finalizou Wagner.