Com a proposta de definir princípios e diretrizes que promovam o diálogo entre a comunidade e o conselho gestor da Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh) e a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) realizaram uma oficina pedagógica, no município da região sul do Estado.

A oficina serviu para também identificar os problemas socioambientais enfrentados pelas comunidades instaladas no entorno da estação que está completando 10 anos de criação.

Segundo Cláudia Sousa, professora da Uneb e representante do conselho gestor da estação, o objetivo é definir princípios e diretrizes que promovam o diálogo entre a comunidade e o conselho gestor, proporcionando a melhoria da qualidade de vida e práticas sustentáveis para a região. “A atividade permitirá ao conselho estabelecer metas de trabalho e conhecer de forma sistematizada a realidade dos problemas existentes no entorno da estação”, disse Sousa.

Mais de 150 pessoas representando as 10 associações das comunidades participaram da oficina. Divididos em três grupos temáticos – meio ambientes, cultura e atividade econômica – eles participantes apontaram os principais problemas enfrentados no dia-a-dia, com ênfase para o desmatamento, caça predatória, poluição das águas e dos solos, lixo e queimadas. Também foi discutida a preservação das principais riquezas da estação ecológica, como a mata atlântica, a bacia do Rio das Almas, a associação de produtores rurais e os solos férteis.

De acordo com a moradora do povoado de Nova Esperança, Florinda dos Santos, os animais mais caçados da região são a paca, o tatu e o tamanduá-mirim. “Tem pessoas que caçam a paca e vendem por até R$ 30 o quilo”, conta.

De acordo com o gestor da estação, Ricardo Santana Chaves, está sendo realizado um trabalho de conscientização quanto à preservação da biodiversidade existente no local, por meio do conselho. A regularização fundiária, segundo Chaves, é outra ação emergencial para acabar com a degradação dos ambientes naturais. “Cerca de 13 áreas de pequenos produtores rurais ainda estão inseridas dentro da unidade de conservação”, informou.