A figura do Papai Noel, um dos maiores símbolos do Natal, despertou hoje (19) o espírito solidário na Fundação de Hemoterapia e Hematologia da Bahia (Hemoba). Vestidos com roupas vermelhas, barbas postiças e gorro na cabeça, cinco funcionários da casa e cinco pessoas convidadas, entre homens e mulheres, doaram sangue no hemocentro. A atividade, batizada de Operação Lapônia, fez parte da primeira fase do projeto Verão da Hemoba, que tem a meta de estimular doações voluntárias de sangue durante a alta estação, no período de dezembro a março.

O lema da campanha no Natal é “Seja um amigo secreto nesse fim de ano. Dê vida. Doe sangue”. Pelos corredores da Hemoba, os dez papais noéis saudaram os funcionários e distribuíam brindes ao público, abrindo o saco vermelho cheio de camisetas, estojos e adesivos com a marca da instituição. Há 15 anos trabalhando no local, a auxiliar de enfermagem Bárbara Márcia Souza demonstrava muita alegria em participar. “Estou aqui disposta a ajudar e fazendo a minha parte para sensibilizar a todos sobre a importância de doar”, definiu ela, que já doou sangue duas vezes.

Recepcionista da Hemoba há três anos, Rosângela Daltro disse que o convite para ser uma “mamãe noel” foi muito especial. “É fundamental mobilizar a população. Hoje, é um estranho que precisa de sangue, mas amanhã, pode ser um parente, alguém conhecido ou até nós mesmos”, afirmou Rosângela. Entre os convidados, estava o artesão Reginaldo Francisco de Arcanjo, 62 anos, que dispensou as barbas brancas postiças e se valeu do próprio visual para encarnar o bom velhinho. Com cabelos e barbas naturais, ele achou ótimo despertar nos outros o espírito solidário. “Fico feliz em participar, pois a doação de sangue salva vidas”, comentou o Papai Noel.

As próximas etapas do projeto vão ser realizadas no Carnaval e no mês de março – em alusão ao aniversário da Hemoba, à volta às aulas e ao Dia Internacional da Mulher.

A procura por bolsas de sangue é maior no Verão por conta do grande número de visitantes que chegam ao estado. Nessa época, os acidentes são mais freqüentes, sobretudo nas rodovias, e é necessário pelo menos 20% a mais do volume de sangue estocado. Calcula-se que a sede da Hemoba, na Avenida Vasco da Gama, o Hospital Santo Antônio e os postos itinerantes de coletas externas captem mensalmente cerca de quatro mil bolsas de sangue, enquanto o ideal seria algo em torno de 5,5 mil bolsas mensais, em média, em Salvador e região metropolitana.

As coletas também são realizadas nas unidades de coleta e transfusão, espalhadas pelos municípios de Brumado, Alagoinhas, Itaberaba, Itapetinga, Vitória da Conquista, Senhor do Bonfim, Jequié, Feira de Santana, Jacobina, Camaçari, Ribeira do Pombal, Teixeira de Freitas, Guanambi, Valença, Santo Antônio de Jesus e Irecê. Dados da Hemoba mostram que, se 2% da população doasse sangue, seria alcançado o mínimo necessário para a manutenção de um estoque de sangue considerado satisfatório. Se 5% da população doasse, haveria o estoque ideal.