Uma grande operação de combate à pirataria, à evasão de divisas e ao câmbio ilegal na Bahia foi deflagrada hoje (20) pela Polícia Civil, que desarticulou uma quadrilha que comprava dólares e euros de turistas no Centro Histórico de Salvador sem recolher impostos, e investia o dinheiro na aquisição de produtos pirateados no Paraguai.
Mais de 200 policiais cumpriram nove mandados de prisão em Salvador, em Feira de Santana e em Foz do Iguaçu, no Paraná, além de 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.
Com o apoio do Centro de Operações Especais da Polícia Civil (COE), do Departamento de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) e da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SI), a Operação Muralha teve início às 6 horas, com as prisões de Neilton Macedo Cerqueira, apontado como líder da quadrilha, Georgina Guimarães Novaes Leite e de Ivonete Silva Miranda, em Feira de Santana, e dos comparsas, Roque Emanuel Martins da Silva, Marivaldo Souza Santos (Café), Luiz Antonio Melo Bacelar, José Fernandes Barreiros e José Clarqson Dias Guimarães, em Salvador.
No município paranaense de Foz do Iguaçu, policiais civis baianos prenderam Maria Madalena Alves Teixeira, esta responsável pelo transporte dos produtos contrabandeados do Paraguai para o Brasil.
Algumas casas de câmbio e doleiros estabelecidos no Centro Histórico de Salvador sem autorização do Banco Central, forneciam moedas estrangeiras para Neilton que, por sua vez, remetia o dinheiro para foz do Iguaçu, na divisa com Paraguai, através de pessoas contratadas como ‘mulas’. Ali, Maria Madalena Alves Teixeira repassava aos contrabandistas para a compra de mercadorias pirateadas no Paraguai, e que seriam revendidas em Salvador e em Feira de Santana (Feiraguai).
A Polícia apreendeu com a quadrilha mais de R$ 300 mil, entre moedas nacional e estrangeira, 15 computadores e 15 veículos. Neílton Macedo Cerqueira e os seus comparsas foram indiciados por crimes contra a propriedade industrial e contra a economia popular e por formação de quadrilha, ficando à disposição da 14ª Vara Crime, na carceragem da Delegacia de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (DREOF), no Complexo da Baixa do Fiscal, em Salvador.
Encaminhados para a sede do COE, os custodiados, à exceção de Maria Madalena, bem como o material apreendido, foram apresentados à imprensa, às 16 horas. Outros quatro integrantes do bando (Anderson Cerqueira de Lima, Flávio Evangelista dos Santos, George Marcel Guimarães Novaes Leite e Manoel Carlito Alonso Alonso), cujas prisões temporárias já foram decretadas, estão sendo procurados pela Polícia.
A Operação Muralha foi o resultado de sete meses de investigação sobre a produção e a comercialização de produtos pirateados na Bahia, iniciada a partir da criação do Grupo Especial de Proteção à Propriedade Intelectual (Geppi). Desde a criação do grupo, em 3 de maio deste ano, cerca de 280 mil artigos piratas já foram apreendidos. A Polícia busca também identificar os responsáveis pela produção. O combate à pirataria abrange tudo que envolva marcas de propriedades.