Durante despacho, no final da tarde de hoje (26.12), em seu gabinete, com o delegado-chefe João Laranjeira e com o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, delegado Ruy da Paz, o secretário da Segurança Pública, Paulo Bezerra, prometeu analisar as sugestões encaminhadas pela Polícia Civil para solucionar o problema da superpopulação carcerária e depois encaminhá-las ao governador Jaques Wagner.

Bezerra esclareceu que, em reuniões anteriores com Laranjeira, determinou que a Polícia Civil lhe trouxesse algumas opções para tentar resolver a questão do excesso de presos nas delegacias baianas, situação que ocorre tanto na capital como no interior e que vem provocando seguidas fugas e rebeliões nas cadeias.

“O Governo do Estado tem se preocupado bastante com este problema e, juntamente com as secretarias da Segurança Pública e da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, vem discutindo fórmulas para, o mais rápido possível, solucioná-lo”, destacou.
Reunião no GDC.

A superpopulação carcerária nas delegacias de polícia do Estado e as constantes fugas ali registradas nos últimos meses foram os assuntos tratados na reunião realizada na manhã de hoje (26.), na sede da Polícia Civil, presidida pelo delegado-chefe João Laranjeira e da qual participaram diretores de departamento e titulares.

Dentre outras deliberações, ficou definido que seria redigido um documento, a ser encaminhado ao secretário da Segurança Pública, Paulo Bezerra, com sugestões para uma solução emergencial dos problemas discutidos, a exemplo da construção de presídios pré-moldados, com sistema eletrônico, e a adaptação do local, onde estava instalado o Museu da Água, no Largo do Queimadinho, para funcionar como uma recepção provisória, capaz de custodiar entre 400 e 500 pessoas.

Tanto os presídios pré-moldados, dotados eletronicamente de tecnologia de ponta e testados com sucesso no Paraná, como a recepção provisória de presos no Queimadinho seriam gerenciados, segundo revelou o delegado-chefe, pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos.

A fragilidade das delegacias, não concebidas para comportar a quantidade de presos que atualmente abriga, e o estresse extremo vivido pelos policiais civis diante das repetidas fugas nas delegacias e a possibilidade de um confronto a qualquer momento, foram também debatidos na reunião.

“Recentemente, foi abortada uma ação dos presos na Delegacia de Homicídios, que tinha como objetivo o acesso aos armamentos ali guardados”, ressaltou Laranjeira, ao tempo em que chamava a atenção para o perigo das constantes fugas de delegacias localizadas em áreas residenciais. “Não podemos parar de trabalhar, daí a necessidade de um espaço cada vez maior nos presídios para custódia dos presos”, explicou, ao recordar as grandes operações realizadas na capital e no interior do estado, como a Muralha, Tesouro, Caatinga e Banda Larga, dentre outras, e a chegada do Verão e do período de festas em Salvador, quando aumenta o número de turistas na Bahia.