As comemorações dos 200 anos da chegada da família real ao Brasil terão início nesta terça-feira (22) com uma parada naval realizada pela Marinha do Brasil na Baía de Todos os Santos. A parada começa às 9h, em frente ao Porto da Barra, em Salvador, onde estará ancorado o navio Cisne Branco, diante do qual desfilarão em continência 11 navios de guerra da esquadra brasileira.

Presidida pelo governador Jaques Wagner, a cerimônia é considerada uma tradição naval resgatada da época dos grandes navios de propulsão a vela, quando as tripulações, dispostas nos conveses abertos, demonstravam a sua atitude de paz, sem guarnecer os canhões de bordo nem manobrar as velas.

Na cerimônia atual, vários navios desfilam em posto de continência para uma autoridade embarcada em uma outra unidade naval. O governador estará a bordo do Cisne Branco, acompanhado pelo almirante-de-esquadra Aurélio Ribeiro, pelo vice-almirante Fernando Wiemer e demais autoridades civis e militares.

Além do Cisne Branco, participam da parada o navio desembarque-doca Rio de Janeiro, o navio-tanque Gastão Motta, as fragatas Defensora, Niterói e Grenhalgh, o rebocador de alto-mar Triunfo, o navio-patrulha Gravataí, os navios-varredores Aratu, Anhatomirim e Abrolhos e o navio balizador Tenente Boanerges.

O embarque dos convidados no navio-veleiro Cisne Branco, no Porto de Salvador, acontece por volta das 8h, que se desloca para o Porto da Barra onde será realizada a parada com saudação dos navios da Marinha ao Cisne Branco e autoridades.

Às 11h05 minutos, as autoridades desembarcam no Porto de Salvador e participam da execução, pela banda dos Fuzileiros Navais, dos hinos do Cisne Branco, Nacional de Portugal e Nacional do Brasil. Às 11h30, as autoridades serão recepcionadas por diversas fanfarras na Praça Municipal de Salvador onde, às 12h, no Palácio Rio Branco, será realizada a cerimônia de lançamento de selo comemorativo da chegada da famíia real portuguesa ao Brasil. A solenidade será encerrada com pronunciamento das autoridades presentes e um coquetel.

História

Em meio à invasão napoleônica, Portugal corria sério perigo. Por ser aliado da Inglaterra, tornou-se alvo das pretensões expansionistas de Napoleão Bonaparte. Assim sendo, transferir a corte para o Brasil foi a maneira mais segura de manter o trono português. Em 22 de janeiro de 1808, a Família Real chegou a Salvador e em 7 de março do mesmo ano no Rio de Janeiro. Acompanhando a Corte vieram mais de sete mil trabalhadores, dentre marinheiros, carpinteiros, fuzileiros, cozinheiros e outros profissionais, que povoaram a pequena vila de São Salvador, transformando o cotidiano da Colônia. Com a presença da Família Real, o Brasil presenciou a abertura dos portos às nações amigas, o livre comércio, a implantação de indústrias, a introdução de diferentes hábitos culturais e a criação de importantes instituições, como a Imprensa Régia, o Banco do Brasil, a Biblioteca Real (Biblioteca Nacional), a Real Academia de Belas Artes (Museu Nacional de Belas Artes), o Jardim Botânico, a Real Junta de Arsenais do Exército e a Real Academia Militar