Maria do Amparo Sena, agricultora e moradora, desde que nasceu, há 37 anos, da comunidade de Acari, só agora pode se considerar proprietária do seu terreno. Este sonho se tornou possível na última sexta-feira (25), quando 114 famílias de Camamu, a 377 quilômetros de Salvador, na região do Baixo Sul, foram contempladas pelo Programa de Regularização Fundiária da Secretaria da Agricultura (Seagri), executado pela Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA).

Na solenidade, presidida pelo secretário da Agricultura, Geraldo Simões, e o coordenador da CDA, Luís Anselmo Souza, sete títulos foram entregues de forma simbólica. Segundo Simões, este é um governo que trabalha pensando no pequeno. “Estamos dando toda a infra-estrutura necessária para o agricultor familiar entrar no mercado competitivo, porque este segmento é o que mais precisa de ações efetivas do Estado”, disse.

Ele destacou também outras atividades do governo da Bahia no setor, como a doação de 2.500 toneladas de sementes geneticamente melhoradas e as parcerias com o Instituto Biofábrica, para o fornecimento de mudas de qualidade ao pequeno produtor, e com a Petrobras, para o incremento na plantação de oleaginosas, garantindo a compra da produção.

O secretário citou ainda a criação da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf) e dos programas Sertão Produtivo e Uniater, para verticalizar a produção e ampliar o atendimento rural por meio de extensão e defesa.

“Regularizar a situação desta parcela da sociedade é o principio de tudo, porque para participar desses programas voltados para a agricultura familiar é preciso ter o documento de posse da terra que assegura a sua titularidade. Assim, os agricultores podem inserir novas tecnologias, a exemplo dos grandes produtores”, explicou.

O coordenador da CDA afirmou que a meta para este ano é atingir 10 mil medições e entregar mais de 15 mil títulos de terra em todo o estado. “Esta é a maior entrega em Camamu, desde 2005. Até o final deste semestre, serão mais 600, só aqui”, disse.

“Sou dono da minha terra”

Para Joaquim Manoel dos Santos, agricultor da comunidade de Santa Rita, este foi um momento inesquecível. “Hoje, sou dono da minha terra. Tenho minha escritura e poderei tomar dinheiro no banco para aumentar minha produtividade”, declarou.

Nos seus 16 hectares, Joaquim planta cacau, pupunha, mandioca, cravo, pimenta-do-reino e banana, entre outras culturas típicas da região.