O mercado nacional de cebola e sua comercialização no Vale do São Francisco foi o tema da palestra promovida pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), em Mandacaru, município de Juazeiro. O objetivo é orientar os agricultores familiares que produzem cebola em áreas irrigadas.
Na palestra, foram discutidas as características das principais regiões produtoras do país, o mercado de exportação, a oferta de cebola no Mercosul, por época e por região, além da evolução do preço médio do produto nos últimos 13 anos, e ao longo do último ano, no Vale do São Francisco. Foram abordados, ainda, a rentabilidade econômica e o custo de produção.
Para George Libório, técnico da EBDA que ministrou a palestra, a principal orientação para os agricultores é a de que eles adaptem as suas colheitas para épocas de pouca oferta por outras regiões produtoras. “O importante é direcionar a produção regional para comercialização nas épocas mais adequadas. Como temos a possibilidade de produzir o ano inteiro, é preciso sempre observar o mercado nacional”, afirmou.
O Vale do São Francisco é a terceira maior região produtora de cebola do país. A EBDA vem prestando acompanhamento técnico e de trabalhos na área de pesquisa, como o de avaliação de cultivares de cebolas – variedades que foram melhoradas – e de introdução de novas características, tornando-as mais resistentes a pragas e doenças.
Os principais cultivares plantados no semi-árido nordestino são o alfa São Francisco, que apresenta como principais características os bulbos de cor amarelo-baia, arredondados, firmes e de bom aspecto comercial, e o IPA 11, que apresenta plantas com folhagem vigorosa, moderadamente ereta e de cor verde-escuro, bulbos de formato globular-alongado, casca fina e coloração amarela intermediária.
Em condições de campo, estes cultivares têm apresentado ótimo desempenho agronômico, caracterizando-se ainda por apresentar elevado nível de resistência genética à antracnose (fungo responsável pelo enfraquecimento da planta), também denominada mal-de-sete-voltas, e moderada tolerância ao tripés (praga que prejudica o crescimento e desenvolvimento da planta e do bulbo). Essas variedades podem atingir capacidade produtiva superior a 30 toneladas por hectare, o que as torna mais atrativas e preferidas pelos agricultores da região de Juazeiro.