A Bahia possui o maior rebanho de caprinos do país, com cerca de 4 milhões de cabeças, mas o leite de cabra, que deveria ser um dos principais produtos dessa criação, é muitas vezes consumido apenas pela família dos agricultores e seu excedente quase sempre é desperdiçado.

Para mudar essa realidade, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) vem desenvolvendo no Centro de Profissionalização de Caprinocultores (Centrecapri), localizado no município de Jaguarari, cursos para a produção de derivados do leite de cabra, visando garantir novas fontes de renda aos pequenos agricultores.

Em nove meses, mais de 5 mil agricultores familiares já passaram pelo Centrecapri, onde aprenderam técnicas de manejo correto do leite de cabra e todas as fases da produção de seus derivados, que vão desde os diversos tipos de queijo até o preparo de iogurte. Os produtos são comercializados em Juazeiro e municípios vizinhos.

Fazem parte dos cursos a higiene e o aspecto sanitário, chamando a atenção para, durante a retirada do leite, seja da cabra ou da vaca, observar os três primeiros jatos de cada teta. “A presença de sangue ou de outro elemento encontrado durante os primeiros jatos impede que o leite seja consumido. Esses jatos só servem para observação e não devem ser consumidos”, explicou o zootecnista da EBDA, Geraldo Magalhães, responsável pelos cursos.

O leite de cabra é um produto com alto teor nutritivo e de fácil digestão e, ao contrário do que muitos pensam, é muito semelhante ao leite de vaca, no que se refere a minerais como o cálcio e o fósforo. Quanto à vitamina A, o leite de cabra supera o de vaca.