Um novo método para monitorar a qualidade do ar nos circuitos do Carnaval de Salvador será apresentado amanhã (30) pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh). Trata-se do dispositivo de tubo passivo, um monitor individual capaz de identificar a quantidade de dióxido de nitrogênio (NO2), gás emitido na atmosfera por meio da combustão do diesel, utilizado nos trios elétricos, carros de apoio, caminhões de lixo, ônibus urbanos e outros veículos nos circuitos da folia.

O método será apresentado 17h, no auditório do Restaurante Aice Zushi, na Av. Paulo VI (Pituba), pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), o patologista Paulo Saldiva, pela bioquímica Nelzair Vianna, e pelo secretário Juliano Matos. Serão monitoradas, individualmente, as pessoas que estão expostas durante o sete dias da festa, a exemplo dos cordeiros, motoristas, seguranças de bloco. O método é utilizado pela USP e validado nos parâmetros da Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb).

Também será conhecido o aparelho mecânico nefelômetro, cedido pelo Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, que faz a monitoração contínua de concentração de material particulado (poeira em suspensão), com capacidade para detectar o tamanho mínimo capaz de penetrar no trato respiratório.

As bromélias Tillandsia Usneoides, que também são utilizadas em técnicas de biomonitoramento do ar, serão trazidas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pelo biólogo Leonardo Andrade, do Departamento de Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As plantas, também conhecidas como barba-de-velho, retém em sua superfície escamosa, partículas microscópicas de metais pesados e poluentes, capazes de afetar a saúde humana.

A pesquisa de monitoramento do ar durante o Carnaval de Salvador é uma ação pioneira da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), em parceria com os dois principais departamentos de pesquisa ambiental do país, na área de poluição atmosférica, da USP e da UFRJ, e pretende identificar os metais pesados e gases tóxicos na atmosfera da festa, ao longo de 25 quilômetros de vias, em trechos com pouca ventilação e muita queima de combustível.