Pela primeira vez na Bahia, as ações de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) foram tratadas de forma participativa para fortalecer a base científica do estado, garantir o desenvolvimento sustentável da economia e reduzir as desigualdades sociais, contribuindo para a geração de emprego e renda. Em 2007, a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) iniciou um amplo trabalho para retirar a Bahia do atraso em que se encontrava nesse setor.

“Hoje, os países mais desenvolvidos encaram a ciência, tecnologia e inovação como vetor de desenvolvimento e progresso”, disse o secretário Ildes Ferreira. Ele afirmou que a Bahia perdeu muito espaço nesse setor, pela falta de uma visão estratégica. “Ficamos atrás de diversos estados por não termos um parque tecnológico e nossa população ocupa a 20ª colocação em acesso à internet”, explicou.

Um exemplo do compromisso social da Secti foi a inauguração, em 19 de dezembro de 2007, em Feira de Santana, do primeiro Centro Vocacional Tecnológico Territorial (CVTT) da Bahia, que vai contribuir para elevar a base científica da população e preparar mão-de-obra para o mercado de trabalho na área.

A unidade está instalada no Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia (Ceteb) e atenderá a mais de 3 mil pessoas por ano. Outros 37 CVTTs serão implantados até 2010, em todo o estado.

O centro recém-inaugurado conta com seis laboratórios altamente equipados para a capacitação profissional e qualificação do ensino das ciências, oficina de mecânica e soldagem, além de um auditório moderno de videoconferência e sala com computadores para acesso à internet.

Parque Tecnológico de Salvador

Um importante passo para consolidar a base tecnológica do estado será o início, este ano, das obras das edificações do Parque Tecnológico de Salvador, o TecnoVia, num investimento de R$ 27,6 milhões. O parque será um moderno habitat de empresas voltadas para CT&I, a ser construído num terreno de 500 mil metros quadrados, na Avenida Paralela.

Ele vai abrigar um consórcio de pesquisas universitárias, incubadoras e empresas de base tecnológica e está sendo concebido em três eixos: da inovação (como instrumento de atração de empresas), da tecnologia (esfera institucional de suporte à interação entre universidades e empresas) e da ciência (estratégia de fortalecimento da produção científica local).

Cidadania Digital ganha prêmio

Vencedor do Top Social 2007, maior prêmio de responsabilidade social do Norte/Nordeste, o Programa de Inclusão Sociodigital (Cidadania Digital), coordenado pela Secti, vem atuando na ampliação da cidadania da população baiana.

Com uma rede montada de 364 centros digitais de cidadania (CDCs), o Cidadania Digital será ampliado este ano com 700 novas unidades, atingindo todos os municípios baianos. Para garantir uma participação mais efetiva da população na administração dos CDCs, foram implantados os núcleos de gestão colaborativa (Nugecs).

Os CDCs são salas equipadas com microcomputadores, com uma série de softwares livres instalados, conectados à internet banda larga. Esses computadores podem ser utilizados pelos usuários para acessar as páginas web, correio eletrônico, produzir trabalhos e documentos, desenvolver estudos e pesquisas, bem como para se capacitar, via oficinas e cursos oferecidos pelos centros, no uso de programas de informática e da internet.

Realização de conferências

Para descentralizar e popularizar as discussões sobre CT&I, a Secti promoveu um ciclo de nove conferências territoriais, consolidado com a realização da II Conferência Estadual de CT&I, em novembro. Representantes de todos os 26 territórios de identidade da Bahia, pesquisadores, políticos e empresários puderam apresentar sugestões para a formulação da política estadual do setor.

E para definição de projetos estruturantes de 10 arranjos produtivos locais (APLs), a Secti firmou um convênio de R$ 13,5 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No início de novembro, a secretaria realizou, em Salvador, a Semana de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), quando foram discutidos vários temas ligados ao setor, como inovação, mercado, infra-estrutura, cidades digitais e o cenário atual do segmento na Bahia, no Brasil e no mundo.

A popularização da ciência também entrou em evidência no estado. Em outubro, durante a Semana Nacional de CT&I na Bahia, a Secti desenvolveu atividades como feiras, mostras científicas itinerantes, realização de experimentos interativos em locais públicos e universidades e centros de pesquisa de portas abertas, envolvendo milhares de baianos numa verdadeira gincana científica.

Sobre a Secti em 2007, Ildes Ferreira avaliou: “Ainda temos muito a fazer, porque este é um trabalho que muitas vezes só traz resultados a longo prazo”.