Em novembro do ano passado, o comércio varejista da Bahia cresceu 8,8% em relação ao mesmo mês de 2006. Esse é o quadragésimo oitavo mês consecutivo que o setor comemora aumento nas vendas, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento do Estado.

Os técnicos da SEI destacam que a taxa apurada (8,8%) foi ainda mais positiva se observada a alta base comparativa. Em novembro de 2006, as vendas do comércio baiano haviam crescido 13,62%. A liberação da primeira parcela do 13º salário foi um dos principais fatores que colaboraram para a performance. O resultado acumulado no ano (janeiro a novembro de 2007) está em 10,2% de expansão, taxa maior que a de todo o ano de 2006, quando o setor cresceu 9,67%.

Todos os oito ramos de atividade pesquisados tiveram aumento nas vendas. As principais contribuições positivas vieram dos ramos de tecidos, vestuário e calçados, Outros artigos de uso pessoal e domésticos, livros, jornais, revistas e papelaria, e móveis e eletrodomésticos.

Diferente do que ocorreu em 2006, quando o segmento de hipermercado, supermercado, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi o que mais contribuiu para o crescimento das vendas, em 2007, apesar de positivas, as taxas estão arrefecidas. A elevada base de comparação tem contribuído para isso.

O aumento da inflação, desde agosto de 2007, também provoca a desaceleração das vendas dos supermercados. Nos últimos meses do ano, as fortes pressões dos preços dos produtos agropecuários foram responsáveis pela aceleração da inflação, o que ficou evidenciado pelo Índice de Preços do Consumidor Amplo – IPCA, que acumulou de janeiro a novembro de 2007, alta de 3,69%, superior a taxa anual de 2006, que atingiu 3,14%.

“Na estrutura do varejo, o segmento supermercadista responde por mais de 40% da taxa geral que mede o comportamento do setor. Embora esse ramo de atividade não venha apresentando desempenho de grande expressividade, o varejo baiano se mantém bastante aquecido e com resultados superiores aos de 2006. Portanto, deve encerrar 2007 com o melhor desempenho desde 2001”, diz Maria de Lourdes Caires, técnica da SEI.

Ramos

Lideraram a expansão os ramos de tecidos, vestuários e calçados (28,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,0%), livros, jornais, revistas e papelaria (25,9%), móveis e eletrodomésticos (12,7%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,0%). Em seguida, aparecem equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (5,5%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,5%), sendo que no subgrupo de hipermercados e supermercados a variação foi mais expressiva (6,0%), e combustíveis e lubrificantes (2,6%).

Os dois segmentos pesquisados, mas que não entram no cálculo do varejo, também tiveram bom resultado- veículos, motocicletas, partes e peças (16,7%) e material de construção (15,1%). “Esse último segmento apresentou, em novembro, o mais significativo desempenho nas vendas desde janeiro de 2005”, comenta Caires.