A Bahia encerra o ano de 2007 batendo recorde histórico em suas exportações. As vendas externas alcançaram US$ 7,4 bilhões, 9,4% a mais que no ano de 2006. Já as importações alcançaram US$ 5,4 bilhões, com crescimento de 21,4% em relação ao ano anterior. Com esse resultado, a Bahia alcança uma corrente de comércio histórica (somas das exportações e das importações) de US$ 12,8 bilhões, 14,2% a mais que em 2006 e um saldo comercial de US$ 2,0 bilhões.

Esses dados foram divulgados hoje (16) pelo Promo-Centro Internacional de Negócios da Bahia, vinculado à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM). De acordo com o Secretário, Rafael Amoedo, o recorde alcançado pelas exportações baianas foi influenciado pelos preços em alta de commodities, sobretudo as do setor agrícola; pelo cenário internacional favorável, com a expansão da economia e do comércio mundial; e pelo dinamismo e maior conteúdo tecnológico das vendas baianas, principalmente para o mercado latino americano.

O superintendente do Promo, Ricardo Saback, acrescenta que também influenciaram o aumento das exportações em 2007 a expansão de novos segmentos competitivos na pauta de exportações, como o de pneumáticos, com crescimento recorde de 225% e vendas de US$ 224, fruto dos investimentos que vem sendo realizados no estado; e o aumento da capacidade de produção de empreendimentos já consolidados no Estado, como o de papel e celulose, o de mineração, petroquímico e alimentício, resultado do ambiente macroeconômico favorável ao crescimento da economia e da reestruturação e diversificação produtiva que atravessa a economia baiana.

De acordo com o secretário, o estado hoje tem a liderança na fabricação de pneus em todo o Brasil, fruto dos recentes investimentos industriais que tem contribuído para a diversificação da pauta de exportação. As fábricas baianas da Continental, da Bridgestone e da Pirelli respondem juntas por 55% da produção nacional.

Ranking

Dados do Promo revelam que a liderança das exportações permanece com o setor químico/petroquímico, com 21,3% de participação nas exportações totais da Bahia, com vendas de US$ 1,58 bilhão e crescimento de 17%. Apesar das dificuldades enfrentadas com o câmbio, o setor metalúrgico vem a seguir, com crescimento de 4,6%% e vendas que chegaram a US$ 1,08 bilhão no período.

Outro setor que obteve bom desempenho em 2007 foi o de papel e celulose, que registrou vendas de US$ 897,4 milhões e crescimento de 25,4%, fruto do aumento da demanda e melhora nos preços internacionais.

O cenário foi altamente positivo em 2007 para as commodities agropecuárias. As exportações do setor somaram US$ 2,14 bilhões, 23,7% a mais que o ano anterior. Vale ressaltar que a China, com uma população gigantesca e crescimento econômico, deverá continuar em 2008 com uma grande demanda por alimentos.

Outros setores com bom desempenho na pauta de exportações foram o de calçados, com US$ 82,5 milhões e 32% de crescimento, e o de máquinas e aparelhos elétricos, com US$ 75 milhões em vendas e crescimento de 30%. Os setores automotivo e de móveis, com competitividade prejudicada pelo câmbio e grande crescimento interno, registraram queda de 17,3% e 8,3%, respectivamente, em suas exportações em 2007.

Segundo estatísticas do Promo, com relação aos destinos das exportações baianas, houve decréscimo nas exportações para o NAFTA, que compreende os Estados Unidos, com -0,92%. Isoladamente, entretanto, os EUA permanecem como o maior mercado para os produtos baianos, com compras de US$ 1,47 bilhão em 2007 e incremento de 17,5%.

O maior crescimento das exportações baianas ficou, contudo, para as vendas à União Européia, com aumento de 28,7%. Esse bloco passou a liderar como destino as exportações do estado, com uma participação de 31,8%. Em seguida vem a Ásia, com um crescimento expressivo de 27,3%, seguida pelo Mercosul, com 14,6%.

Bons preços

De acordo com o Promo, as estatísticas revelam que em 2007 os preços voltaram a influenciar significativamente o aumento das exportações, atingindo uma alta média de 11,6% em relação ao ano anterior, contra uma redução de 2% na variação do volume físico embarcado. “Os ganhos de preços, portanto, foram determinantes no desempenho das exportações, já que o volume embarcado vem caindo em função do câmbio e da restrição à expansão da oferta no mercado interno”, explica Ricardo Saback, superintendente do Promo.

Segundo Saback, esse cenário de preços aquecidos vem compensando, para vários setores exportadores, a valorização do real, assegurando a continuidade do dinamismo ao setor externo no próximo ano. “O crescimento entre 5,2% e 5,4% projetado para o comércio internacional em 2008 prenuncia que o cenário de preços internacionais altos persistirá”.

Importações

A expansão das importações baianas em 2007 foi sustentada pela maior encomenda ao exterior de máquinas, matérias-primas, bens intermediários e bens de consumo. Entre os fornecedores, a Ásia teve um crescimento de 44,3%. Somente em relação à China, as compras baianas aumentaram 57%.

O superintendente do Promo, Ricardo Saback, explica que o crescimento das importações insere-se num contexto de desvalorização do dólar e aumento da atividade produtiva, conjugados com o maior nível de competitividade interna e com o aumento dos preços externos do petróleo e seu derivados, matéria prima básica na matriz industrial do Estado, que é liderada pela petroquímica.

Segundo estatísticas do Promo, o setor de bens de capital (máquina e equipamentos) obteve o maior crescimento dentre as categorias de uso (+47%), acima dos bens intermediários (insumos e matérias primas), que também cresceu 17% frente a 2006.
Os principais produtos de importação no ano foram os sulfetos de minério de cobre, com compras de US$ 1 bilhão; naftas para petroquímica, com US$ 744 milhões; e automóveis, com US$ 660 milhões.

O Chile, por conta das importações de minério de cobre pela Caraíba Metais, continua como principal fornecedor do estado, com um crescimento de 15,3% e US$ 928,6 milhões em vendas para a Bahia em 2007, seguido da Argentina, dos EUA e da China. Esse último vem crescendo como fornecedor de peças e aparelhos para a indústria eletroeletrônica, principalmente às empresas exportadoras.