Vitória é a sugestão do nome que Anete Assis dos Santos Barbosa, 43 anos, funcionária da Secretaria Estadual da Educação, tem recebido para seu bebê, uma menina que nasceu terça-feira (8), às 6h30, no Hospital Geral de Itaparica, com 29 semanas de gestação e pesando um quilo e cem gramas.

O nome representa a luta contra o tempo porque o bebê, pela imaturidade dos pulmões, necessitou de entubação ao ser transferido para UTI neonatal, em Salvador. Além disso, a criança foi a segunda tentativa de Anete realizar o sonho da maternidade porque há dois anos perdeu um filho, aos cinco meses de gravidez.

Como Anete é titular do Planserv, imediatamente o serviço social do Hospital de Itaparica entrou em contato com a administração do plano de saúde dos servidores do estado, e bebê foi transferido para o Hospital Jorge Valente, onde chegou às 22h do mesmo dia. A neonatologista Silvia Maiana Campos Rocha, que entubou a recém-nascida, definiu a ação “como bem difícil”, sem esconder a emoção ao relatar o seu gesto em defesa da vida.

Além de entubar, aquecer a cabeça e o tórax do bebê, ela acompanhou a remoção em uma ambulancha do Samu. Ao chegar em Salvador, uma ambulância com UTI fez o transporte da criança até o Hospital Jorge Valente, onde o bebê recebe toda a assistência especializada. Segundo a estimativa do neonatologista Luis Serrazul, o bebê, a apesar de inspirar cuidados por ser prematuro, vem reagindo bem, já tendo sido reduzida a respiração artificial para 30%. Ele estima que permaneça internado pelo prazo médio de sete semanas até alcançar peso de dois quilos.

Sonho adiado

Anete fez muitas orações durante a gravidez, torcendo pela vitória, porque teve uma gravidez “muito complicada”. Ela redobrou os cuidados no pré-natal por não ter tido sucesso da primeira gestação. A família, evangélica, não pára de fazer orações, torcendo pelo sucesso da criança.

A gravidez tardia foi uma opção por conta do sonho de realização profissional. Nascida numa família muito grande (nove irmãos), pretendia cursar Direito, mas acabou optando pela Pedagogia. Depois vieram a pós-graduação e concursos públicos.

Atualmente, é funcionaria administrativa de uma escola estadual em Itaparica, onde mora, e da Prefeitura.

Natural da ilha, queria que a filha nascesse em Salvador para ter assistência especializada, mas, na noite de segunda-feira, começou a sentir fortes dores. Chegou ao Hospital Geral de Itaparica na fase de expulsão. Anete, ainda emocionada com o nascimento da filha, disse ter ficado impressionada com o empenho da equipe do Planserv para tentar a remoção e colocar seu bebe na UTI neonatal. Ontem, a equipe do Serviço Social do plano esteve no hospital para visitar a menina que, apesar de tão pequenina, é bem ativa.