Com a apresentação dos alabês dos terreiros da Casa Branca e Ilê Axé do Oxumaré, foi realizado, nesta segunda-feira (21), no Teatro Castro Alves, o ato comemorativo ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O governador Jaques Wagner, que é judeu, participou da solenidade, destacando a importância de políticas democráticas que respeitem as várias religiões praticadas no Brasil.

“Como judeu, sei bem o que esta questão da intolerância representa, além dos casos que, lamentavelmente, os adeptos das religiões de origem africana têm enfrentado, inclusive na Bahia”, afirmou Wagner.

O próprio Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa teve origem na Bahia, em homenagem à Mãe Gilda, ialorixá do terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, falecida em 21 de janeiro de 2000, após ter sido vítima de uma série atos violentos praticado por um grupo de seguidores de igrejas evangélicas do bairro de Itapuã.

“Esperamos que não sejam mais necessárias mortes para que a sociedade esteja mais atenta à questão da discriminação às religiões africanas que penam no Brasil desde a época dos escravos”, disse a ialorixá Jaciara Ribeiro, substituta de Mãe Gilda.

O pastor Djalma Torres reconheceu que ainda há intolerância por parte de alguns grupos evangélicos, mas que a grande maioria dos protestantes também repudia a violência e apóia atos de conscientização. O médium espírita José Medrado salientou que as religiões de matriz africana são realmente as maiores vítimas da intolerância religiosa.

Na oportunidade, o secretário da Promoção da Igualdade Racial e Gênero, Luiz Alberto, apresentou as políticas estaduais e eventos que têm sido realizados para conscientizar a sociedade sobre a questão, mas, ainda assim, o órgão recebe um grande número de queixas de intolerância religiosa.