A direção do Centro de Recursos Ambientais (CRA) tranquiliza a população de Salvador e Região Metropolitana (RMS) descartando a possibilidade de estar se repetindo o mesmo fenômeno registrado em 2007, denominado Maré Vermelha, que matou centenas de peixes na área da Baía de Todos os Santos. “Não há motivo de alerta”, garante a presidente do órgão ambiental, Beth Wagner.

Conforme ela, o CRA vem realizado o monitoramento constante da qualidade da água das praias de Salvador e RMS, com análise regular, identificando a existência de índice de microalgas da espécie tricodesmium, muito freqüente no litoral brasileiro, especialmente na época de verão, que não é nociva.

Beth Wagner informou que o monitoramento das águas das praias foi intensificado em função do verão e que, há cerca de um mês, os técnicos do CRA detectaram na praia de Jauá as manchas vermelhas, identificando a existência da microalga tricodesmium, muito diferente da microalga gymnodinium sangüinium que causou o fenômeno ocorrido em 2007.

De acordo com a presidente do órgão ambiental, a microalga detectada na praia de Jauá não é nociva à fauna e flora marítimas e ao ser humano. “Em nada se caracteriza como o fenômeno registrado no ano passado, apesar de também causar manchas avermelhadas que marcam justamente o declínio da sua floração”, explicou Beth Wagner, informando que a tricodesmium é uma microalga cujo habitat natural são as águas profundas e que à medida que sua floração vai reduzindo, ela aflora causando essas manchas.

A presidente do CRA assegura que essas microalgas não causam o menor prejuízo aos peixes e aos seres humanos. Para esclarecer o assunto, Beth Wagner, acompanhada do professor Proença, da Universidade de Santa Catarina, que participou do trabalho de identificação e monitoramento referentes à ocorrência da Maré Vermelha em 2007, estarão concedendo coletiva à imprensa amanhã, 14, às 11 horas, no aeroporto de Salvador. O professor Proença continua participando dos trabalhos de monitoramento e análise constante das águas da Baía de Todos os Santos e da RMS.

A presidente do CRA Wagner explicou que o professor Proença e uma equipe de técnicos do órgão estão seguindo para Porto Seguro para fazer a análise da situação das praias daquele município onde, há anos, há ocorrência de microalgas que nunca foram analisadas e identificadas, razão pela qual a coletiva está prevista para acontecer no aeroporto. “Já tínhamos essa viagem programada. Vamos montar um centro de estudos no município para monitorar esse fenômeno que se manifesta todo verão e nunca foi avaliado”, conclui