A primeira fase do programa Monitora começou esta semana, com coleta de amostras de pontos localizados nos rios Joanes e Ipitanga, que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte.

Até 15 de março, a equipe formada por biólogos, engenheiros ambientais, engenheiros sanitaristas e técnicos do Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro (Cetind) do Sistema Senai, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) está colhendo amostras das águas dos 75 maiores rios e seus efluentes nas 17 bacias hidrográficas da Bahia.

Para esta semana, está prevista também a finalização das coletas nas bacias de Inhambupe, Rio Real e Vaza Barris. O objetivo é levantar informações sobre a qualidade dos recursos hídricos do estado para viabilizar a implantação de políticas públicas que assegurem água com padrões satisfatórios a toda a população da Bahia.

A SRH está investindo R$ 6,7 milhões no Monitora, com previsão de execução até 2010. É a primeira vez que o governo da Bahia vai analisar e apresentar para a população um panorama da situação dos rios em todas as bacias hidrográficas do estado.
Tanto a coleta quanto a análise da água serão realizadas pela equipe do Cetind/Senai, que recebeu da SRH o mapeamento prévio, apontando os 207 locais já georreferenciados a serem estudados. Parte da equipe que está em campo colhe as amostras para serem encaminhadas ao laboratório do Cetind/Senai.

Outro grupo realiza a descrição de cada um dos pontos, conferindo algumas características, como as condições meteorológicas no momento da coleta, o estado da vegetação e do solo de cada ponto, as características visíveis da água, a exemplo do odor, se há ou não sólidos em suspensão e se na área há ou não saneamento básico e quais são as atividades econômicas desenvolvidas no local.

“Com o cruzamento dos dados recolhidos no momento da coleta, poderemos saber as reais condições de cada ponto que está sendo analisado”, afirmou a coordenadora do Setor de Coleta do Laboratório do Cetind/Senai, Nívea Sobrinho. Para as amostras não perderem as características, obtidas no momento da coleta, elas são mantidas com preservantes, que garantem as condições reais até o momento da análise em laboratório.


Criação de banco de dados

A quantidade dos locais a serem coletados diariamente vai depender das condições de cada bacia hidrográfica. Outros fatores podem influenciar no tempo utilizado para a realização do trabalho, como o acesso, a localização e a distância entre cada um dos pontos.

Os dados preliminares do Monitora sobre a análise da água serão apresentados em 28 de março. Logo após, começa a criação de um banco de dados, com a possível identificação das fontes de contaminação, dos tipos de contaminante e os locais mais comprometidos. A partir desses dados, o governo poderá adotar as medidas de recuperação dos mananciais para a melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis.