A Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri) abriu processo licitatório para as empresas e criadores que queiram ofertar caprinos e ovinos das raças Anglo-nubiana e Santa Inês, respectivamente, além de raças nativas. O órgão vai distribuir os quase 70 mil animais adquiridos por meio de licitação para 13,3 mil famílias de agricultores familiares do semi-árido baiano, beneficiados com o programa Sertão Produtivo. Na primeira etapa, serão contemplados os 133 municípios com menor IDH do estado.

A licitação terá 266 lotes de 260 animais, sendo 250 matrizes e 10 reprodutores por lote. “O importante é que tenhamos várias alternativas em relação à qualidade e preço. Para isso, formamos uma comissão técnica de avaliação do rebanho e adotamos alguns critérios restritivos, que asseguram a sanidade animal”, declarou o superintendente da Agricultura Familiar, Ailton Florêncio. Não poderão participar do processo licitatório,caprinos e ovinos originários da Zona Tampão e de municípios ou estados classificados como médio risco, alto risco e risco desconhecido em relação à Febre Aftosa.

A distribuição dos animais será em regime de doação rotativa. “As famílias beneficiadas, nessa fase, doarão a mesma quantidade de animais para uma segunda família, num prazo de 18 meses”, explicou Florêncio, que destaca a dimensão do programa e o impacto do melhoramento genético do rebanho no semi-árido baiano.

Para o pecuarista Gilvan Alves, de Vitória da Conquista, que cria caprinos anglo-nubianos, a iniciativa é uma alternativa vantajosa de incremento da renda. “São raças de dupla aptidão (carne e leite) que se adaptam muito bem ao semi-árido, com fertilidade alta e custo de criação mais barato. A anglo-nubiana é o nelore caprino”, avalia, otimista, o produtor, que vai participar da licitação.

O programa Sertão Produtivo é desenvolvido pela Seagri, tendo como foco a caprino-ovinocultura, com um aporte de recursos de 12 milhões para o estímulo à cadeia produtiva. Além da aquisição de matrizes e reprodutores, serão distribuídos aos agricultores familiares kits para ensilagem de forrageiras para reserva estratégica alimentar do rebanho para o período de estiagem.

A Bahia lidera o ranking nacional de caprinos, com um rebanho estimado de 4,5 milhões de cabeças, e está em segundo lugar na criação de ovinos, com 2,5 milhões. Do rebanho estadual, 93% encontram-se localizados no semi-árido baiano, região caracterizada por irregularidades climáticas acentuadas, que ocasionam freqüente escassez de água e forragens para alimentação dos animais.

Mais informações sobre o processo de licitação no site da Saeb (/www.comprasnet.ba.gov.br) ou na Seagri, pelos telefones (71) 3115-2748/ 2704.