A Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado notificou, em 2007, 12.497 casos de dengue no estado, correspondendo a um aumento de 26% em relação ao ano anterior (2006). O dado evidencia a urgência na intensificação das ações de controle da doença em diversos municípios, inclusive Salvador, onde foram notificados 1.751 casos – 81 da forma grave da doença, sendo 16 confirmados.

A sanitarista Akime Chastinet, técnica da Vigilância Epidemiológica e integrante do Programa Estadual de Controle da Dengue, lembra que as ações de controle da doença ocorrem durante todo o ano, em todos os municípios, mas a partir do mês novembro, a Divep propôs a intensificação dessas ações, em função de o verão ser a época em que aumenta o risco de transmissão da doença.

Tendo em vista o aumento no número de casos registrado em 2007, o Programa Estadual de Controle de Dengue realizou ações de bloqueio da transmissão, com aplicação de inseticida a ultra baixo volume (UBV), conhecido com “fumacê”, em bairros de Salvador selecionados.

Também foi promovida capacitação emergencial de médicos e enfermeiros, em cooperação com a secretaria da Saúde do município. Além disso, foram incrementadas as atividades para eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, e adotadas medidas de educação em saúde, pela secretaria municipal de Saúde, com base em documento conjunto elaborado pelas equipes técnicas estadual e municipal.

Dados da Vigilância Epidemiológica indicam que até dezembro no ano passado, 331 municípios baianos foram atingidos pela dengue, entre eles, os 45 considerados prioritários para o programa estadual. Casos da forma grave da doença foram confirmados nos municípios de Pindobaçu, Ipirá, Feira de Santana, Luis Eduardo Magalhães, Remanso, Mucuri, Catu, Guanambi, Juazeiro, Nazaré, Barra e Lauro de Freitas, além de Salvador. Por causa de surtos e dos casos graves notificados, foram feitas ações de bloqueio com UBV em 37 municípios.

Recomendações

Técnicos do Programa Estadual de Controle da Dengue alertam para a importância de se manter as ações de prevenção, a fim de evitar novas epidemias. “É fundamental manter o trabalho de eliminação dos criadouros do mosquito”, enfatiza Chastinet, lembrando que a grande maioria dos focos do mosquito está nos domicílios. Segundo ela, a dengue está sendo criada, principalmente, dentro dos domicílios. Por isso, é fundamental que a população esteja engajada no controle dos focos.

Tambores, tonéis e tanques de água são apontados como principais criadouros do mosquito, seguidos de outros depósitos, como pneus velhos, garrafas, e vasos de plantas. Os técnicos chamam também atenção para a necessidade de se procurar um serviço de saúde, sempre que as pessoas apresentarem sintomas suspeitos da doença – febre alta, fraqueza, dores nos músculos e nas articulações, falta de apetite, dores de cabeça, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas na pele – para o atendimento médico adequado, confirmação do diagnóstico e conseqüente notificação da doença à Sesab.