Há 150 anos, Salvador recebia a visita de um dos cientistas mais notáveis do campo da biologia: o naturalista inglês Charles Darwin. Conhecido mundialmente após a publicação da teoria da seleção natural, Darwin aportou em Salvador para realizar uma série de expedições que desempenharam um papel importante no chamado processo de conversão para o seu estudo evolucionista.

Foi na capital baiana que Darwin vivenciou pela primeira vez a experiência de caminhar pelo interior de uma floresta tropical, que ele descreve com palavras nitidamente emocionadas no diário que escreveu ao longo da viagem pelo Beagle, navio que o trouxe aos trópicos. Além disso, Darwin relata seu repúdio à escravidão, a natureza intensa e pitoresca de sua relação com a população negra da cidade, bem como o natural estranhamento que ele sentiu diante de algumas situações vividas por aqui, a exemplo de sua caminhada pelas ruas no primeiro dia de Carnaval.

Também durante sua estada em Salvador, o naturalista começou a coletar dados geológicos que lhe sugeriram que a profundidade do mar havia de fato variado ao longo do tempo, tal como Charles Lyell descrevia em seus Princípios de Geologia, que Darwin estava lendo durante a viagem do Beagle. No Brasil, o inglês ainda visitou Abrolhos, Fernando de Noronha, Recife e Rio de Janeiro.

Para celebrar a passagem de Darwin por Salvador, foi feita, hoje (28), às 11h, com a presença do diretor de Difusão e Popularização da Ciência do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ildeu Moreira, uma visita ao Cemitério dos Ingleses, onde estão enterrados dois companheiros de viagem: Boy Jones e Charles Musters. A partir das 14h, haverá uma série de palestras no Palácio da Aclamação.

Os eventos estão sendo promovidos pela Ufba e Uefs, via Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, com o apoio da Fapesb – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e da Secti – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia.