Em virtude dos dois focos de ferrugem asiática da soja identificados na região de Bela Vista, município de Luis Eduardo Magalhães, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura (Seagri), intensificará as ações do Programa Estratégico de Manejo da Ferrugem Asiática da Soja no Oeste da Bahia, que se encontra em sua quinta etapa.

O diretor de defesa sanitária vegetal da Adab, Cássio Peixoto, garante que não há motivo para preocupação, pois o modelo de monitoramento dos focos, implantado pela Bahia, é considerado referência nacional, segundo o Ministério da Agricultura (Mapa) e a Confederação Nacional de Agricultura (CNA). “Nosso sistema de detecção é o mais eficiente, pautado em resultados tangíveis”, esclarece.

Ele enfatiza ainda que a Bahia detectou, na safra passada, o menor número de focos de ferrugem em relação aos outros estados produtores de soja no país. A ferrugem já está instalada, sendo previsível a ocorrência de alguns focos, onde o grande diferencial é o estado ter o sistema de alerta eficiente para detectar a praga de forma rápida para seu controle.

Vale ressaltar que o sistema de monitoramento da Adab possui uma rede de diagnose rápida com laboratórios equipados e que garantem a efetividade de suas ações e detecção imediata da ferrugem no estado. Sua estrutura está sendo ampliada com a inauguração de mais um laboratório no município de São Desidério. Ao todo serão nove laboratórios, distribuídos nas regiões de Barreiras, Correntina, Luis Eduardo Magalhães e São Desidério, beneficiando cerca de 1,1 mil produtores para análise na própria região .

O consórcio formado pela Adab, Associação dos Irrigantes da Bahia (Aiba), Fundação Bahia (Fundação BA) e o Mapa tem garantido a eficiência no monitoramento para 2008. Na safra passada, houve um incremento de 15,7% na produção, alcançando um total de 2,3 milhões de toneladas, com a produtividade estimada em 2.700 kg por hectare. A previsão é de que a receita dos produtores alcance a ordem de 1,3 bilhão, considerando os atuais preços do mercado.

Vazio sanitário

A partir de agosto deste ano, a Bahia contará com uma nova ferramenta no combate à ferrugem asiática da soja. Trata-se do vazio sanitário criado na portaria da Adab nº 623/07, que estabelece um período sem plantas vivas de soja no campo e visa reduzir a possibilidade de sobrevivência da praga.

Para auxiliar no cumprimento do vazio, a Adab estará realizando ações de educação sanitária e fiscalizará 100% das propriedades produtoras de soja. A Adab está investindo no treinamento e na capacitação de 400 técnicos do setor produtivo da região e do órgão para ampliar o número de multiplicadores que serão habilitados em epidemiologia vegetal.

Outras novas atividades ainda estão previstas pela Agência no combate a praga na região oeste. Em parceria com a Fundação Bahia, implantará ensaios de rede para testar a eficiência dos fungicidas utilizados nas plantas contaminadas. Já o Comitê Estadual de Ferrugem da Soja, coordenado pela Adab, técnicos, membros da indústria de defensivos e associação de produtores, que discute as ações de controle, será levado a cada município da região.

O programa terá investimento R$ 500 mil – R$ 270 mil, do estado, e R$ 230 mil, do Governo Federal. A maior incidência da ferrugem asiática na Bahia ocorreu na safra de 2002/2003, causando uma perda de 30% de quebra da safra e prejuízo de U$ 150 milhões.