“Eu costumo ganhar até R$ 300 por mês. Durante o período de Carnaval, pretendo tirar pelo menos R$ 500”. A contabilidade é da artesã Geraldina de Jesus, 37 anos, solteira, que sobrevive vendendo colares e pulseiras de miçangas. “O dinheiro já está comprometido. Vou pagar algumas dívidas, comprar alimentos e, se tudo der certo, ainda vou guardar um pouco”, comemorou.

Geraldina não é a única que está contente. Em toda esquina da folia é possível encontrar gente como os catadores de latas Antônio Marcos de Santana, 30 anos, sete filhos, e Erivaldo Santos, 34 anos, pai de um bebê, moradores do Alto do Cabrito. “É a oportunidade de realizar um sonho, vou comprar uma televisão para minha família”, contou Erivaldo.

Antônio diz que todos os dias os compradores das cooperativas de reciclagem já ficam esperando sua produção. “Eu vendi cerca de 60 quilos de latas por R$ 2,50 o quilo. Já são R$ 150 a mais desde que começou a festa e pretendo chegar aos R$ 300”, contabilizou e completou dizendo que esperou com ansiedade a chegada do Carnaval. “Vou investir na construção da minha casa” disse.

João Evangelista, 52 anos, há 12 vendendo sorvetes pelas ruas de Salvador, diz que vai aproveitar a renda extra do carnaval para fazer uma poupança. “Tenho conseguido vender até R$ 200 por dia. Vou ajudar a família e guardar o que sobrar”, informou. Ele diz que, durante o verão, é difícil vender R$ 100 em um único dia. “Mas no carnaval é diferente. É muita gente na rua, onde quer que eu vá, vendo meu sorvete”, observou.