Na tarde deste domingo, os integrantes do tradicional afoxé Filhos de Gandhy fizeram seu ritual de saída numa grande roda no Largo do Pelourinho. Depois de tocar o berrante, depositar as oferendas para abrir os caminhos e soltar a pomba branca, subiram a Ladeira do Pelô levando sua mensagem de paz para o Carnaval.

“Olha o Gandhi aí, olha o Gandhi aí”, disse Carlos Alberto Lima, 61 anos, contando que esse é o chamado para atrair a atenção para o afoxé. Há 15 anos ele sai no Filhos de Gandhi “porque gosto dessa grande família, que dá um show de paz, de calma e de alegria no Carnaval”.

Saindo pela primeira vez no afoxé, Pedro Melo, 23 anos, trocou este ano o bloco de trio pelo inconfundível turbante branco e colares azuis. “Quero vivenciar outra experiência e reverenciar a cultura da Bahia”, disse.

Ao lado do afoxé, baianos e turistas acompanhavam o canto do Gandhi, regido pelas batidas de ijexá e repertório jeje-nagô. “É tudo muito maravilhoso de se ver”, disse a artista plástica norte-americana Maria Buchen. Pela primeira vez no carnaval de Salvador, ela quis “fotografar a saída do grupo no Pelourinho”.

Maravilhado com o afoxé também estava o japonês Ryuya Kashihara, 25 anos, pela primeira vez no Carnaval. “É tudo muito bom, essa mistura de cor e de sons nesse espaço cheio de história”, disse.

Nesta tarde de domingo, o branco predominou no Pelô. Afinal, são mais de 10 mil homens vestidos de branco nos Filhos de Gandhi (segundo os organizadores). Uma tradição que se mantém desde a época de fundação do grupo, em 1949, por um grupo de estivadores.

O Carnaval do Pelô é uma realização do Programa Pelourinho Cultural, através de parceria da Secretaria de Cultura da Bahia e Petrobrás.