Peças de mobiliário dos séculos XIX e XX, imaginária, cristais, escultura e telas de pintores baianos, como Diógenes Rebouças e Mário Cravo, entre outros artistas que são encontradas, diariamente, em corredores e salas do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), fazem parte agora de um inventário especial.

Trata-se do projeto do Inventário Artístico da Diretoria de Museus (Dimus) do instituto que organizou o acervo já existente nos imóveis, onde funcionam os seus setores operacionais e logísticos, para garantir a sua preservação e valorização. Visitadas diariamente por dezenas de pessoas, essas obras nem sempre tiveram suas dimensões artísticas e históricas reconhecidas e divulgadas.

“É comum encontrarmos obras de arte, sejam mobiliários, telas ou esculturas, em órgãos dos serviços públicos de todo o país, e nem sempre sabermos a procedência e importância de cada peça”, explica o diretor geral do Ipac, o arquiteto Frederico Mendonça.

Com o inventário, cada peça será identificada e a destinação aos setores do órgão possibilitará também a apreciação das obras de arte lá encontradas devidamente catalogadas e inventariadas. O ato de inventariar é considerado a mais importante ação de proteção e garantia dos bens patrimoniais para a população de uma cidade, estado ou país.

O inventário artístico do Ipac exigiu o empenho de museólogos e fotógrafos, entre outros profissionais, que classificaram, individualmente, características específicas de cada peça, com título, autor, data, número, função do objeto, material, técnica, dimensões e, finalmente, o estado de conservação da obra artística. “Agora, com a finalização dos trabalhos, poderemos até pensar também em uma exposição dessas obras”, explica a diretora da Dimus, Ana Liberato.

Autarquia da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), o Ipac é responsável pela preservação do patrimônio tangível e intangível da Bahia, em conformidade com a política cultural do governo e seguindo normas federais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os setores administrativos e logísticos do órgão funcionam em cinco casarões do Centro Histórico de Salvador, onde estão as peças que integraram o inventário. O instituto administra ainda o Museu de Arte Moderna, Palácio da Aclamação, Museu de Arte da Bahia, Palacete das Artes, Solar Ferrão, Forte de Santo Antônio entre outros importantes imóveis, museus e espaços artístico-culturais, em Salvador e no interior do Estado.

Entre as atividades do órgão, estão ainda a organização, a atualização e a difusão dos acervos da Bahia, por meio de pesquisas, inventários, orientação técnica, salvaguarda e restauração de bens culturais. Outras informações sobre o inventário de peças artísticas do Ipac podem ser obtidas na coordenação de Documentação e Pesquisa de Museus do instituto pelo telefone (71) 3117-6387.