“Prevenção da doença renal: abrace esta idéia.” Este foi o tema escolhido para as atividades da Campanha de Prevenção das Doenças Renais e do Dia Mundial do Rim, que transcorre a 13 de março. Numa iniciativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia/Regional Bahia (SBN/Bahia), com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado, as atividades acontecerão no período de 10 a 16 de março, e incluem palestras, simpósio, campanhas educativas e uma Feira de Nefrologia, no Porto da Barra, com o objetivo de divulgar informações sobre a gravidade da doença renal e as oportunidades de prevenção da patologia, já considerada como uma grande epidemia do século XXI.

De acordo com a nefrologista Fátima Gesteira, presidente da SBN/Bahia, desde 2001 a entidade promove a Semana da Nefrologia, visando conscientizar a população para a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das doenças renais. Segundo ela, no Brasil estima-se que um milhão de pessoas tenham problemas renais, mas 70% desconhecem a condição. “O crescimento do número de portadores de doença renal no Brasil e no mundo decorre tanto do envelhecimento da população como da alta prevalência de diabetes e hipertensão arterial”, explica Fátima Gesteira, acrescentando que a prevenção e o rastreamento de pacientes de risco para a doença renal é de fundamental importância.

As atividades da Semana da Nefrologia serão iniciadas no dia 10 de março, em Feira de Santana, onde até o dia 14, no Shopping Iguatemi, haverá um estande com distribuição de material educativo e orientações à população sobre prevenção e diagnóstico das doenças renais. Também em Feira de Santana, nos dias 13 e 14 de março, acontece o Simpósio de Prevenção da Doença Renal, na Clínica Senhor do Bonfim. Em Salvador, no dia 13, Dia Mundial do Rim, será realizada palestra sobre Prevenção da Doença Renal Crônica, no Hospital Português. No dia 16, no Porto da Barra, será realizada a uma feira de prevenção da doença renal, com a participação de clínicas de diálise e instituições que cuidam de pacientes renais.

Diagnóstico Precoce

Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, publicados em janeiro deste ano, mostram que existem mais de 73 mil pacientes em diálise no Brasil, com uma taxa de crescimento anual em torno de 4%. “Vale a pena mencionar que os tratamentos de substituição renal, como a hemodiálise e a diálise peritonial são bastante eficazes, mas impõem aos pacientes e seus familiares uma rotina de restrições, com modificações dietéticas, de horários, dificuldades relacionadas a vida social e ocupacional, que resulta em considerável sofrimento, independente da idade, sendo pior nos jovens e crianças”, aponta a presidente da SBN/Bahia.

Especialistas ressaltam ainda que a melhor opção terapêutica, que é o transplante renal, apresenta números infinitamente pequenos em nosso meio, levando muitos destes pacientes a permanecerem em tratamento de hemodiálise ou diálise peritonial. Lembrando que nos estágios iniciais da doença é possível estabilizar a lesão renal, evitando a perda definitiva de sua função e a necessidade de substituição da função renal pela diálise ou pelo transplante. “Assim, fica comprovado que a prevenção é o melhor caminho, e para isso é importante alertar os pacientes e médicos de outras especialidades (geriatras, clínicos gerais, endocrinologistas e cardiologistas) para trabalharem em conjunto, encaminhando os pacientes precocemente ao nefrologista”, adverte Fátima Gesteira, salientando ainda que as vantagens do encaminhamento precoce são inúmeras, inclusive reduz os gastos do SUS, visto que aproximadamente 90% dos pacientes em diálise no Brasil têm o tratamento bancado pelo SUS.