Em busca de parcerias para um projeto de melhor aproveitamento do sisal e para a produção de biodiesel, o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, viaja amanhã (29), para Itália. Na terça-feira (1), ele participa, em Roma, da última reunião do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre o projeto que a Secti apresentou visando um melhor aproveitamento do sisal.
Ainda em Roma, o secretário vai se encontrar com representantes do governo da África do Sul, que visitaram a Bahia há dois meses, para assinar um protocolo de intenções para a troca de experiências e de tecnologias nos campos da extração e aproveitamento do sisal. Em Milão, Ferreira vai se reunir com um grupo de empresários italianos interessados em investir na produção do biodiesel no Brasil.
“O sisal está presente em cerca de 40 municípios do semi-árido baiano, região que ocupa 2/3 do território, conta com 50% da população e emprega direta e indiretamente 600 mil pessoas. Apesar disso, apenas a fibra é aproveitada, o que representa somente 5% de utilização do produto. Em outros países, há muitas outras formas de uso, gerando mais riquezas para a população”, afirmou Ferreira. Segundo o secretário, com o apoio da FAO e a transferência de tecnologia da África do Sul, este aproveitamento poderá chegar a pelos menos 60%.
O programa sob apreciação da FAO será realizado a partir de fibras curtas de sisal, que ainda não é utilizada em larga esclana Bahia. “A partir dessa fibra, serão produzidos compósitos com grande potencial de substituir peças plásticas em diversas atividades industriais, além de insulina e cogenina, usadas na indústria de medicamentos”, explica Ferreira.
Outra novidade acordada será a transferência de tecnologia para que seja produzido na Bahia um destilado à base de sisal de origem africana. “Em contrapartida, vamos fornecer novas tecnologias para o cultivo e desfibramento do sisal”, relata o secretário. Uma das metas do programa é o plantio de 20 mil hectares de sisal em até cinco anos, gerando de 80 a 100 mil empregos diretos. Em relação ao sisal de fibra longa, o plantio da fibra curta representa um ganho de produtividade quatro vezes maior, o que também amplia a possibilidade de exportação dos produtos.