O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), abre, domingo (9), às 19h30, no Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, a exposição “A Bahia na Época de D. João e a chegada da Corte Portuguesa 1808 – 2008”, especialmente para convidados.

O público poderá visitá-la até 1º de junho deste ano, de terça a sexta-feira, das 14 às 19h, e aos sábados e domingos, das 14h30 às 18h30, pagando ingresso no valor de R$ 5 – meia-entrada para estudantes e idosos. Às quintas-feiras, a entrada é franca.

A exposição é grandiosa pelo seu conteúdo e rica na sua iconografia, revelada por meio de desenhos, gravuras e pinturas de artistas e viajantes estrangeiros que visitaram a Bahia nas primeiras décadas do século XIX.

Na opinião da curadora da mostra e diretora do MAB, a museóloga Sylvia Athayde, “com este trabalho, o museu cumpre o seu papel histórico como agente de desenvolvimento educacional, ao se associar às comemorações dos 200 anos da transferência da família Real portuguesa para o Brasil, oferecendo ao público uma exposição que busca retratar um momento que marcou para sempre a História do Brasil”.

Ainda segundo Sylvia, o principal enfoque da mostra é a chegada do Príncipe Regente D. João e a sua trajetória na Bahia durante os 34 dias que a cidade de Salvador foi a capital do Reino. A família real se hospedou na residência do governador, no Paço Municipal, hoje Palácio Rio Branco, onde D. João tomou medidas que iriam mudar o destino do Brasil, como a assinatura da Carta Régia da Abertura dos Portos do Brasil às Nações amigas, no dia 28 de janeiro de 1808.

Acervos diversos

Na exposição, a museóloga conseguiu reunir conjunto de obras oriundo de diversos museus do Brasil, Portugal, do próprio MAB e de colecionadores particulares, representativas da iconografia baiana, com diversas vistas da cidade e dos principais representantes da Família Real, onde se destacam a figura de D. João – como Regente e Rei – a Rainha Mãe, D. Maria I, a Princesa Carlota Joaquina e o filho D. Pedro (titulado Príncipe da Beira), além do governador da Bahia, João Saldanha da Gama Mello e Torres – Conde da Ponte – e ilustres personagens como D. Marcos de Noronha e Brito, José da Silva Lisboa (futuro Visconde de Cayru) e Conde dos Arcos.

Muitos objetos também fazem parte da mostra, e contam a sua história. São louças e porcelanas da Companhia das Índias, que integraram os vários serviços de mesa utilizados por D. João VI, no Rio de Janeiro, na Fazenda Real de Santa Cruz, no Paço de São Cristóvão e no Paço da Cidade, representados por meio dos serviços dos “Galos”, dos “Pavões”, das “Corças” e “Vista Grande”.

Estarão expostos, móveis fabricados no Brasil entre 1800 e 1822 classificados no estilo D. João VI, considerados por Sylvia “exemplares invulgares, tais como o rico canapé de jacarandá com embutidos de marfim e o elegante espreguiceiro do estilo Império”. Além do belo vestido bordado com fios de prata, remetendo à moda da época, será exibida uma cadeirinha de arruar que transportava as “senhorinhas” pelas ruas estreitas e tortuosas da velha cidade de Salvador.