Um rico registro de um importante momento histórico vivido no estado é a atração do Museu de Arte da Bahia (MAB) até o dia 1 de junho, quando o público poderá conferir a exposição “A Bahia na Época de D. João e a chegada da Corte Portuguesa 1808-2008”. Alusiva aos festejos do bicentenário da chegada da Família Real ao país, a mostra exibe gravuras, pinturas, objetos, roupas e móveis utilizados naquele tempo, como o canapé em jacarandá e marfim com assento de palhinha e um vestido bordado com fios de prata, à moda da época.

Realizada pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura, a exposição passeia pelos 34 dias em que o príncipe regente D. João esteve na Bahia, antes de ir para o Rio de Janeiro. Em uma tela, ele tem nas mãos a Carta Régia da Abertura do Portos do Brasil às Nações Amigas. Em outra, ele é saudado pelo povo enquanto desembarca em terras baianas. Tudo isso ao lado de imagens da rainha Maria, a louca, da princesa Carlota Joaquina, e de João Saldanha da Gama Mello e Torres, governador da Bahia na época, entre outras figuras históricas.

Também estão expostas as travessas dos serviços de mesa (porcelana chinesa) utilizados por D. João, os leques comemorativos de sua chegada ao Brasil e do retorno a Portugal, além de inúmeras telas que exibem imagens antigas da Baía de Todos os Santos e outras paisagens da capital. Uma curiosidade é a cadeirinha de arruar (madeira e tecido), meio de transporte da época. Com ela, os escravos carregavam as “senhorinhas” pelas ruas da Bahia.

A museóloga Sylvia Athayde, diretora do MAB e curadora da mostra, ressaltou que a Bahia não podia ficar de fora das comemorações dos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil. “Como D. João passou apenas um mês e quatro dias aqui, nós não tínhamos muito material específico sobre ele. Então, resolvi mostrar como era a Bahia naquela época, para que os baianos possam conhecer essa página tão importante de nossa história”, afirmou ela.

Para conceber o projeto, Sylvia Athayde reuniu um conjunto de obras de diversos museus do Brasil, de Portugal, do próprio MAB e de colecionadores particulares. Presente ao coquetel de abertura da mostra, o secretário da Cultura, Márcio Meirelles, destacou que o momento retratado ali deve interessar a todos os baianos. “Fatos históricos motivaram a vinda da corte portuguesa para o Brasil, sobretudo para a Bahia. Logo, é importante que todos nós participemos do resgate desse momento, que é o objetivo dessa mostra”, comentou.

Também estava presente Rui Villar, presidente da Fundação Calouste Gulbekian, de Portugal, uma das instituições que dão apoio à exposição. Para quem quiser conferir, a exposição vai ficar aberta à visitação pública até o dia 1 de junho, de terça a sexta (14h às 19h) e aos sábados e domingos (14h30 às 18h30). O ingresso custa R$ 5, com direito à meia entrada para estudantes e idosos. Às quintas-feiras, a entrada é franca. O MAB fica no Corredor da Vitória.