O secretário de Relações Institucionais do governo do Estado, Rui Costa, estranhou a decisão da assembléia dos servidores da Segurança Pública, que declaram-se em estado de greve, insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial encaminhada à Assembléia Legislativa. Segundo o secretário, a justificativa de tratamento diferenciado para os delegados da Polícia Civil e oficiais da PM, não faz sentido. “No ano passado os agentes, escrivães e peritos da Civil, assim como os soldados da PM, tiveram percentuais bem superiores aos servidores de nível superior”, explica Rui Costa, ao afirmar que o Governo priorizou este segmento dos servidores da área de Segurança Pública.

Segundo o secretário da Administração, Manoel Vitório, no ano passado as carreiras de nível médio, como agentes, escrivães e peritos da Polícia Civil, e os praças da Polícia Militar, tiveram aumentos entre 11% a 17,28%. Superiores, portanto, aos 4,5% concedidos aos oficiais da PM, aos delegados e peritos de nível superior da Polícia Civil. Neste ano, ainda segundo o secretário da Administração, o governo viabilizou a recuperação salarial dos servidores de nível superior da Segurança Pública, aplicando reajustes entre 17% e 25%. Somados os reajustes de 2007 e 2008, os policiais acumularão ganhos consideráveis. Na Polícia Militar, os praças (soldados e sargentos) acumulam aumento de 20% a 23%. Para os oficiais, os ganhos acumulados serão de 24,38% a 26%. Na Polícia Civil, os agentes, escrivães e peritos técnicos somarão, em outubro próximo, aumento de 20,12%. Já os delegados de polícia e os peritos criminalísticos terão, em média, 27,66%.

Além da recomposição salarial, os policiais terão ainda benefícios como a ampliação do valor do auxílio-alimentação, de R$ 5 para R$ 7 para cerca de 12,8 mil policiais militares lotados na Região Metropolitana de Salvador. Esse benefício foi estendido também para 13,5 mil policiais, lotados em cidades com população a partir de 50 mil habitantes. O acréscimo no auxílio alimentação equivale a aproximadamente 10% nos salários dos policiais.

“As diferenças são mínimas, e não tem cabimento falar em privilégio para nenhuma carreira ou segmento porque os números mostram o contrário”, avalia o secretário Rui Costa. Ele acredita que os servidores já fizeram essas contas e não se sentirão motivados para uma greve que certamente não teria o apoio da população que reclama mais policiamento nas ruas. Além disso, arremata: “qualquer categoria só recorre à greve quando não há negociação, e todas as demais categorias de servidores foram unânimes em ressaltar o sucesso do Sistema Permanente de Negociação”.