A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. A Bahia não dispõe ainda de números oficiais sobre esta violência, mas o registro de 8,7 mil ocorrências em 2007, em uma única Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) em Salvador, demonstra por que o estado é prioridade dentro das ações da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Hoje (7), o governo estadual aderiu ao Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência e lançou a campanha Violência Contra a Mulher. A Bahia Diz Não.

Com uma abordagem educativa, a campanha tem como meta divulgar a Lei Maria da Penha, que pune a violência doméstica e familiar contra a mulher, e os instrumentos que garantem a proteção da mulher, como as delegacias especiais e as casas-abrigo.

Na campanha, a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade (Sepromi) vai estimular os municípios a criarem grupos gestores das políticas para a mulher. Com os grupos, os municípios podem se articular melhor na captação de recursos. Somente este ano, a Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher dispõe de R$ 1 bilhão para projetos em todo o país.

“Assim que esses recursos foram anunciados, nossos técnicos elaboraram projetos, que devem captar, no mínimo, R$ 2 milhões. Todo o nosso trabalho está sendo articulado com as diversas secretarias, para que tenhamos ações amplas”, disse o secretário de Promoção da Igualdade, Luiz Alberto Santos.

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Para a subsecretária nacional de Políticas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Aparecida Gonçalves, a Bahia é um dos estados prioritários. “Na Bahia, temos projetos muito bons e que devem ser contemplados. Mas é importante que haja uma participação dos municípios, ONGs e da sociedade, para que essas ações alcancem o resultado esperado e a gente não tenha mais que conviver com esse tipo de violência”, explicou.

Para conseguir chegar a todas as cidades baianas, técnicos da Sepromi vão visitar, até o final de abril, os 26 territórios de identidade do estado. A campanha faz parte de um pacote de ações da secretaria que abarca ainda o Pacto Estadual de Enfrentamento à Violência e o lançamento, ainda este mês, do Plano Estadual de Política para as Mulheres, que reúne ações e metas de diversas secretarias estaduais. Entre as metas, está a criação de mais unidades da Deam. Hoje, são 15 em toda a Bahia.