Priorizar o pacto político-funcional com o Estado para intensificar e fiscalizar as ações dos ‘traficantes’ de pólvora no interior. Este foi o principal objetivo da reunião que aconteceu nesta terça-feira (11), na sede da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), com a participação de representantes das secretarias da Justiça, da Segurança Pública (SSP), da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Educação (SEC), além do Ministério Público (MP).

Atendendo às solicitações dos grupos de trabalho (GTs) – formados para apoiar as vítimas e familiares das explosões que aconteceram em Santo Antônio de Jesus –, a SSP vai disponibilizar nos próximos dias os serviços do Disque Denúncia. A intenção é coibir possíveis ações dos fabricantes de pólvora das regiões afetadas pelo comércio clandestino de fogos de artifício. Castro Alves e Santo Antônio de Jesus são as cidades mais atingidas pela iniciativa.

“Um dos grandes desafios a ser vencido é colocar em prática o cumprimento das ações preventivas dos GTs, já existentes em parceria com o governo”, afirmou o superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos, Frederico Fernandes.

O medo de sofrer retaliação faz com que as vítimas se calem. Para aumentar o número de denúncias, o governo estadual, as prefeituras das cidades afetadas, o Exército, o MP e o Corpo de Bombeiros de cada região pretendem intensificar ações de fiscalização não só nos estabelecimentos registrados, como também nos que fazem parte do comércio informal, presentes nas feiras livres e nas zonas rurais.

Ferramentas dignas

Para os representantes envolvidos nas atividades de prevenção e apoio às famílias das cidades onde o comércio é basicamente movido pela produção de matéria bruta da pólvora, os últimos acontecimentos têm feito com que os órgãos do governo estejam atentos à importância de oferecer ferramentas dignas àqueles que vivem da fabricação de fogos.

O papel dos GTs é direcionar os trabalhadores da área sobre os seus direitos e sua integridade física. Campanhas de conscientização e mobilização dos riscos dessas atividades já estão sendo promovidas junto aos órgãos de propaganda do Estado e devem entrar em circulação até o período do São João.