O módulo familiar de cultivo do peixe Bijupirá, na Ribeira, projeto desenvolvido pela Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), foi prejudicado, na terça-feira (25), pela pesca predatória por explosivo. Segundo informações de moradores, cinco pessoas, divididas em quatro botes, começaram a lançar as bombas às 5h, prosseguindo até o meio dia, o que acarretou a morte de diversos peixes.

Os problemas com a pesca predatória, por meio de bombas lançadas próximo ao módulo de criação da empresa, vêm ocorrendo com freqüência desde o Carnaval, sem afetar a estrutura física do equipamento não sofreu danos, porém matando as espécies do bijupirá de até um quilo.

O módulo conta com quatro tanques-rede povoados, inicialmente, com 600 alevinos, e que hoje estão pesando, em média, 800 quilos. Cada tanque tem a capacidade de produzir 1.155 quilos por ano. “Esse tipo de ação criminosa, prejudica o desenvolvimento do peixe e compromete um ano de pesquisas sobre a espécie”, afirma Gitonilson Tosta, biólogo da Bahia Pesca.

Crime inafiançável

Segundo o artigo 35, inciso II, da lei federal 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, a pesca com explosivos é crime inafiançável, com pena que pode chegar a cinco anos de reclusão. Essa prática, configura-se como uma das principais ameaças ao ecossistema da Baía de Todos os Santos, a maior do Brasil, com 800 quilômetros quadrados e 45 ilhas. Os explosivos matam filhotes de peixes e crustáceos, danificam a flora e os corais, comprometendo o ecossistema marinho.

O bijupirá é uma espécie de peixe de água salgada com um alto valor comercial, superior até ao salmão. O filé do peixe está cotado a US$ 10 por quilo, no mercado internacional. Cada animal pode atingir até 6 quilos entre dez e 12 meses. A meta principal é exportar o pescado para os mercados americano, europeu e Japão.