A preservação dos 53 sítios arqueológicos do Complexo de Sítios Rupestres de Malhada Grande, em Paulo Afonso, no nordeste do estado, passa a contar com o reforço da arqueóloga, coordenadora do Centro de Arqueologia e Antropologia de Paulo Afonso (Caapa) e professora da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Cleonice Vergne.

Ela foi contratada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para prestar serviços especializados, na elaboração do Plano de Gestão e Manejo do Patrimônio Arqueológico e Paisagístico do complexo.

Para Vergne, as pinturas rupestres da região são diferenciadas e precisam ser preservadas. A perda dessa expressão material, segundo ela, significa a destruição permanente de parcelas significativas do conhecimento. “Os sítios rupestres são essenciais para a compreensão do modo de vida e cultura na pré-história regional”, garante.

Segundo as pesquisas já realizadas, os rupestres do Complexo de Malhada Grande têm aproximadamente nove mil anos. São registros do cotidiano dos homens primitivos, que sempre tiveram a prática de demarcar seu meio com sinais e símbolos.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Juliano Matos, destacou que a área é dotada de atributos excepcionais da natureza e precisa ser preservada com objetivos científicos, educacionais e de turismo ecológico. A idéia é trabalhar junto com os diversos segmentos da sociedade que atuam na região, as melhores alternativas para resolver o problema.
De acordo com Vergne, as figuras representam animais, seres humanos, plantas e podem significar a aptidão artística dos executores. “Podemos identificar uma independência do homem daquela época, usando os desenhos para marcar território, rituais religiosos ou simplesmente retratar imagens dos momentos de abstração”, explicou.