O pequeno criador é o foco da primeira etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa. “O grande produtor já está conscientizado quanto à importância da vacinação contra a doença e, muitas vezes, até ajuda o pequeno que está próximo à sua propriedade”, justifica o diretor-geral Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Altair Santana.
“O pequeno produtor muitas vezes não têm condições no curral ou de transporte para efetuar a vacinação, neste caso, cabe aos grandes auxiliar os pequenos, pois todos estão com o mesmo objetivo, de erradicar a febre aftosa”, disse o pecuarista, Eustáquio Coelho Lima, do município de Itapé.

O primeiro dia de campo da etapa de março da campanha contra a aftosa foi sábado (1º), na Fazenda João Paulo II, trecho da rodovia BR 101 entre Itabuna e Buerarema. A atividade, promovida pela Adab, contou com a participação do secretário de agricultura, Geraldo Simões, de Altair Santana, dirigentes e filiados a sindicatos e associações.

Cerca de 200 produtores da região assistiram uma palestra sobre os aspectos técnicos e econômicos da vacinação. “Esta é a primeira vez que estou aprendendo como vacinar o gado, de agora em diante não precisaremos mais procurar apoio, pois nós mesmos podemos fazer”, afirmou o produtor Djalma Santos, representante da comunidade rural Roça do Povo, localizada no distrito de Ferradas, em Itabuna. A maioria dos 350 pequenos produtores possui um rebanho médio de cinco cabeças.

Expansão da pecuária

Composta por 44 municípios, a coordenadoria regional de Itabuna é uma das maiores da Adab. Nas últimas duas campanhas, a coordenadoria obteve os maiores índices de cobertura vacinal já registrados, tendo vacinado 98% dos 580 mil bovinos e bubalinos existentes. O último foco de aftosa na Bahia ocorreu há onze anos no município de Juçari, a 30 km de Itabuna.

O rebanho da região vem crescendo paulatinamente, com a adoção de matrizes selecionadas, para aumentar a produtividade na pecuária de corte e de leite. “O setor agropecuário gera um milhão e quinhentos mil empregos e responde por 30% das riquezas produzidas na Bahia. O trabalho de prevenção e erradicação de uma doença como a aftosa é fundamental para que o estado seja um referencial de qualidade e possa comercializar seus produtos no Brasil e no exterior”, afirma o secretário de Agricultura. Segundo ele, o Sul da Bahia possui um enorme potencial para a agroindústria, citando o exemplo do cacau, que vendido em amêndoas gera cerca de R$ 300 milhões/ano e quando processado, esse valor sobe para R$ 4 bilhões/ano.