Com a aquisição de equipamentos de última geração e treinamento da equipe de peritos, a Bahia entrou, definitivamenbte, na era tecnológica para identificação de autores de crimes em território brasileiro, conectada ao Sistema Nacional de Informações Criminais (Sinic). Os equipamentos necessários para a integração (uma estação-laboratório, outra de coleta ao vivo e mais cinco de inserção de dados) foram instalados em julho de 2007, quando começou um treinamento para peritos criminalistas, que os utilizaram em dezembro do ano passado.

Com os novos aparelhos, foram realizados 39 laudos periciais, sendo quatro suspeitos identificados. Os equipamentos fazem a coleta de dados cadastrais, impressões digitais e fotografia ao vivo dos indiciados, além de pesquisar diretamente na base de dados do Departamento da Polícia Federal. No banco de dados do Sistema Automatizado de Identificação por Impressões Digitais Nacional (Afis) estão inseridos registros de indiciados de vários estados.

Os peritos criminalistas Paulo Jorge Júnior e Ângelo Gabriel de Oliveira exercem a função desde janeiro de 2007 e acompanharam a implantação dos equipamentos. Paulo contou que, antes dos aparelhos, era preciso a indicação de pelo menos um suspeito para análise e comparação do material colhido no local do crime. “Quando havia um número maior de indicados, o trabalho podia durar meses, porque era tudo feito manualmente e, quando não havia essa indicação, ficava impossível fazer a comparação com as mais de 80 mil fichas criminais registradas aqui”, disse.

Ele explicou que, muitas vezes, de todo o material coletado, só eram aproveitados fragmentos de impressão digital. “Ficava difícil comparar com todo o universo de pesquisa. Agora, além disso ser feito automaticamente e o resultado sair no mesmo dia, temos acesso ao banco de dados nacional. A tecnologia aumenta muito a possibilidade e a qualidade da identificação”, afirmou.

Segundo Ângelo, o benefício não é só na identificação imediata. “Os fragmentos de impressões digitais em bom estado, mesmo que não identificados, continuam armazenados. Se, no futuro, o criminoso for preso e seus dados forem inseridos no sistema, ele será identificado e relacionado ao outro crime já em investigação”, informou.

O perito destacou também que são realizados mensalmente cerca de 150 boletins de informações criminais, documento que identifica os suspeitos quando são presos. “Cada um desses boletins é inserido no sistema e passa a fazer parte do banco de dados nacional. A qualquer tempo, esta pessoa poderá ser identificada em qualquer lugar do Brasil, caso volte a cometer crime”, observou.