“A greve dos policiais civis é inoportuna e injustificável devido aos reajustes recebidos pela categoria desde o ano passado. Ela não tem fundamento no momento em que o Governo está se empenhando em recuperar os salários dos servidores”. A afirmação é do secretário da Segurança Pública, César Nunes, em entrevista coletiva, concedida nesta sexta-feira (28), diante da ameaça de greve dos policiais civis.

Segundo o secretário da Administração, Manoel Vitório, que também participou da entrevista, em 2007 os agentes receberam um aumento que variou entre 14 e 17%, enquanto os delegados receberam um reajuste salarial de 4,5%. Já em este ano, os agentes tiveram um acréscimo de 5,5% nos salários e os delegados um reajuste de 25%, o que caracteriza um aumento acumulado desde o ano passado de 20,12% para agentes, escrivães e peritos técnicos. “Esses reajustes fazem parte da política de recuperação salarial do Governo, e os aumentos podem variar de acordo com cada categoria e os benefícios concedidos a elas”, afirmou Vitório.

O secretário fez um apelo aos policiais civis para que analisem os benefícios recebidos desde o ano passado. “Eu apelo aos policiais civis que não façam greve e avaliem as gratificações que foram dadas pelo Governo”, disse. De acordo com Nunes, até agora os serviços, operações e delegacias estão funcionando normalmente em todas as unidades da polícia civil e departamento de polícia técnica do estado, mas afirmou que as providências cabíveis serão tomadas se a greve for efetivada pelos policiais. Ele garantiu ainda que o Governo já tem um plano emergencial para manter os serviços oferecidos à população.

Na próxima quarta-feira (1), será encaminhada à Assembléia Legislativa da Bahia, a proposta de reajuste salarial de todo o funcionalismo público, acordada durante as plenárias da Mesa Permanente de Negociação com os representantes sindicais dos servidores. No acordo ficou estabelecido um reajuste linear de 4,6% para todas as categorias, gratificações e benefícios de acordo com cada uma delas, além da proposta do governo de reestruturação de carreiras.