Dos 84 mil postos de trabalho gerados em 2007 na Região Metropolitana de Salvador (RMS), 42 mil foram destinados às mulheres. A elevação de 6,8% no nível ocupacional dessa parcela da população foi a maior desde 1997, quando começou a ser realizada a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na RMS. No mesmo ano, a população masculina ocupada cresceu 5,8%.

As informações foram divulgadas hoje (5) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, em conjunto com Dieese, UFBa e Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), parceiros na realização da pesquisa.

“O perfil da mulher na RMS faz a nossa região, ao lado da de Recife, ter uma das maiores participações em termos nacionais das mulheres no trabalho. Esse cenário se fortalece em 2007, com a divisão equilibrada das ocupações para mulheres e homens. Houve mais um fator positivo no ano que passou: a população feminina alcançou uma parcela maior do que os homens nos trabalhos formais”, destacou o diretor geral da SEI, Geraldo Reis.

Apesar da queda da taxa de desemprego entre as mulheres, piorou o quadro desigualdade, pois os homens tiveram uma redução maior ainda do seu contingente de desempregados. A taxa entre as mulheres declinou de 27% (2006) para 25,3% (2007), enquanto a dos homens passou de 20,4% para 18,4%. Atualmente, cerca de 56,5% dos desempregados são do sexo feminino (223 mil mulheres), a maior proporção desde 1997.

O crescimento da ocupação vem sendo acompanhado, nos últimos dois anos, por aumento nos rendimentos, que tiveram elevação de 6,6%, em 2007, e 2,8%, em 2006, enquanto para os homens houve aumento de 2,8% e redução de 1,5%, respectivamente. “Foi reduzida a distância entre as remunerações de homens e mulheres. Em 2007, o rendimento médio das mulheres correspondeu a aproximadamente 73% do obtido pelos homens. Em 2006, essa proporção era de cerca de 70%”, comenta Vânia Moreira, Coordenadora da PED pela SEI. Mulheres e homens passam a receber em média R$ 692 e R$ 953, respectivamente.

O setor que mais contratou as mulheres em 2007 foi o de serviços (33 mil vagas), o equivalente a 78,6% das ocupações para este contingente. Em seguida, 7 mil postos foram criados no comércio e 2 mil na indústria. Os serviços domésticos, tradicionalmente ocupado por mulheres, demitiu 2 mil ao longo do ano.

Para a população masculina, com exceção do agregado Outros, a ocupação cresceu em todos os setores, com destaque para a criação de 25 mil postos de trabalho no setor de Serviços, que significou mais da metade da ocupação gerada para este segmento populacional em 2007.


Negras têm a maior taxa de desemprego

Em relação à cor ou raça dos trabalhadores, a maior queda da taxa de desemprego total ocorreu entre as mulheres brancas, cujo decréscimo foi de 14,1%, ao passar de 21,4% da PEA em 2006 para os atuais 18,4%; seguidas pelos homens brancos, com 10,2% de redução e taxas de desemprego total, calculado em 14,6% em 2006 e 13,1% em 2007.

Os piores resultados foram observados entre a população negra: o desemprego total dos homens negros diminuiu 9,7% (de 21,3% em 2006 para 19,2% em 2007) e, na posição mais desfavorável, as mulheres negras com redução de 5,3%, resultado que colocou 27,8% da sua população economicamente ativa na condição de desempregada em 2006 e 26,4% em 2007.

O tempo gasto para encontrar uma vaga também é maior para as mulheres. Para elas, o aumento do tempo despendido na procura de trabalho em 2007 foi aumentado em quatro semanas (69 semanas em 2006 e 73 semanas em 2007) e, para os homens, elevou-se em uma semana (de 61 para 62 semanas, respectivamente).