Mais de 80 pessoas compareceram, nesta terça-feira (4), na audiência pública realizada pela Secretaria de Turismo do Estado, na Câmara de Vereadores de Camamu, para decidir sobre a localização do novo píer de atracação de embarcações, que deverá ser construído até o final deste ano. A obra, uma antiga reivindicação do município, custará cerca de R$ 2 milhões, obtidos pela Setur junto ao Ministério do Turismo. 

O atracadouro, em concreto, terá 90 metros de extensão por três metros de largura, dois mirantes, e três píeres de atracação flutuantes para receber, simultaneamente, três embarcações. Terá ainda uma área coberta para embarque – sem agredir o visual da área – e passarela. O projeto prevê a urbanização da praça local, a melhoria do estacionamento de veículos e implantação de jardins. 

A audiência foi presidida pelo secretário Domingos Leonelli e contou com a participação do prefeito de Camamu, José Raimundo Assunção Santos, da prefeita de Marau, Vera Sarmento, de dirigentes do Derba – órgão encarregado da implantação do Terminal Hidroviário de Camamu – técnicos da Secretaria de Turismo e lideranças políticas de todos os partidos, sindicais e empresariais das cidades da região.

Ao agradecer ao presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Oliveira da Luz, pela cessão do espaço, o secretário afirmou que o turismo náutico propiciará a criação de empregos e renda. “Este tipo de turismo é indutor do desenvolvimento e permite integrar as comunidades. A construção e reparo de embarcações e sua utilização como ferramenta indispensável ao turismo regional ativará pequenos negócios como bares, restaurantes e pousadas, além de gerar mais empregos”.

Leonelli salientou ainda a orientação do governador para assegurar a participação das comunidades locais nas decisões sobre obras e serviços do governo, e considerou como inaceitáveis os enclaves hoteleiros existentes em localidades como Porto Seguro e Morro de São Paulo, que ao invés de comprar produtos da região onde estão instalados, importam quase tudo e deixam de inserir, no seu processo, os moradores das comunidades, gerando desemprego e violência, entre outras mazelas.

Na sua opinião, o turista quer ver as belezas naturais, vivenciar a cultura local e conhecer a identidade do povo. O estado precisa dar qualificação profissional e empresarial, além de apoiar a produção artística e artesanal dos moradores da região. “Por isso, essa proposta de que o atracadouro seja instalado próximo ao Mercado do Artesanato e ao futuro Mercado do Peixe. Com essa importante obra, Camamu pode se tornar uma grande cidade portuária, a serviço de toda a região”, destacou.

Segundo Leonelli, a atual postura democrática do atual governo interrompe o tempo em que se precisava da canetada de uma autoridade para se realizar qualquer obra. Enfatizou que a proteção ao meio ambiente não é um estorvo, mas sim uma vantagem competitiva, citando o exemplo da prefeita de Marau, que suspendeu todos os alvarás de construção dos empreendimentos hoteleiros até que eles se comprometessem a construir suas redes de esgotamento sanitário.