Chuvas afastam risco de racionamento de água

O Centro Estadual de Meteorologia da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) confirmou, nesta sexta-feira (4), que não há risco de racionamento de água em Salvador e Região Metropolitana. As fortes chuvas que caíram nesses 15 dias, em quase todo o estado, aumentou consideravelmente o volume de água armazenado nos principais reservatórios que abastecem a capital e RMS.

Nas barragens de Joanes I e II, responsáveis por 40% do abastecimento de água de Salvador e região metropolitana, o acréscimo foi de 23% e 13%, respectivamente. A cota da Barragem Joanes I, no início do mês de março, estava em 15,78 metros. No dia 15 do mesmo mês, chegou a 15,48 metros e, após as chuvas, na quarta-feira (2), a 16,15 metros.

“Se fossemos comparar o volume do aporte de água na barragem entre o início do mês de março e o dia 2, em números de carros-pipa – cada um armazena oito mil litros de água – diríamos que as chuvas promoveram um aumento de 550 carros-pipas a mais na Barragem Joanes I neste período”, explica o coordenador de Operações e Manutenção de Barragens da SRH, João Ilton de Oliveira.

A barragem Joanes II estava em 26,36 metros, no início de março, 26,34 m em 15 de março, saltando para 27,57 metros, no dia 2, ou o equivalente a 2.289 carros-pipa a mais de água.

Já a Barragem de Pedra do Cavalo, que abastece 60% do consumo humano da capital baiana e RMS, e que já possuía uma quantidade suficiente de água para abastecer a população durante nove meses, mesmo que não chovesse está com um volume de água em torno de 3.632,60 hm3. Ela aumentou de 113 metros, em 1º de março, para 113,28, em 2 de abril, o equivalente a um aporte de água de 1.670 carros-pipas. Joanes I está em pleno vertimento desde o dia 25 de março, com armazenamento atual (observado quinta-feira, 3) de 19,93 hm3 de água, enquanto Joanes II armazena 80,80 hm3.

João Ilton de Oliveira destaca que, diante do quadro, não há indícios de necessidade de racionamento de água, do ponto de vista hidrológico. “O volume armazenado é suficiente para suprir toda a demanda, conforme divulgado inicialmente” afirmou, lembrando que estamos entrando no trimestre mais chuvoso do ano.

Segundo o meteorologista da SRH, Heráclio Alves, o período que se estende de abril a junho é o mais chuvoso nas regiões do Recôncavo, nordeste e faixa centro-leste da Chapada Diamantina. “A tendência climática para este trimestre é que as chuvas se mantenham dentro da normalidade, não descartando a possibilidade de ocorrência de eventos de chuvas fortes”, explica Alves.

O meteorologista acrescenta que este panorama favorável indica a continuidade no aumento dos volumes armazenados nos reservatórios contidos nas referidas áreas. Em Joanes I, que fica no município de Lauro de Freitas, o volume de água atingiu a sua capacidade máxima normal.

Em Joanes II, localizada em Camaçari, foi registrado, no mesmo dia, um volume de aproximadamente 60% da capacidade máxima de reserva da barragem. Pedra do Cavalo, que é administrada pela SRH, tem capacidade, segundo João Ilton, de atender a demanda de abastecimento humano para Salvador e Região Metropolitana por mais de oito meses, mesmo que não ocorram chuvas significativas neste período.