O aumento de 12 centímetros no nível de água da Lagoa do Abaeté nos três primeiros dias deste mês comprova a relação direta entre os baixos volumes de água da lagoa nos últimos meses e a rigorosa estiagem que a capital baiana atravessou, segundo estudos da Coordenação de Monitoramento da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH).

Entre os dias 1º e 3 deste mês, foram registrados 71,2 milímetros de chuva pela estação pluviométrica montada no local, acrescentando 368 milhões de litros cúbicos de água na lagoa.

As especulações em torno de um possível sumiço da lagoa e as atribuições a outros fatores para justificar o quadro de seca no local não encontram respaldo nos resultados dos monitoramentos diários sobre o comportamento do volume de água e a precipitação na área da lagoa, feitos desde 2004 pela SRH, em parceria com a administração do Parque Metropolitano do Abaeté.

A altura da água, que no dia 29 de março deste ano estava em 17,20 metros (tomando como base o nível do mar), amanheceu na última sexta-feira batendo na marca dos 17,32 metros.

Monitoramento

O monitoramento do Abaeté é feito diariamente às 8h, por meio de dados colhidos em cinco réguas de nível instaladas em pontos da lagoa e da verificação da estação pluviométrica, montada em 2003, que tem um pluviômetro importado da França. As réguas foram trocadas recentemente pela SRH, para a melhoria da qualidade do trabalho.

Em quatro anos de monitoramento, a SRH constatou que a lagoa atingiu o menor nível em dezembro de 2007, quando chegou a 17,5 metros, e o maior em agosto de 2005, quando subiu até a marca dos 20,04 metros.

Esses anos foram também os de menor e maior índices pluviométricos de Salvador, respectivamente, desde 2003. No trimestre abril, maio e junho de 2005, a média pluviométrica foi de 330,1 milímetros de chuva por mês e no mesmo período de 2007 esse número caiu para 154,2 milímetros. A média histórica mensal para esses três meses é de 299,26 milímetros.

Reforestamento

Em 2007, começou um trabalho de reflorestamento do Parque Metropolitano do Abaeté, com plantas nativas da região. O primeiro passo foi, com a ajuda de estudantes e professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), realizar a identificação de todas as espécies arbóreas de restinga. Em seguida, foi feita a coleta de sementes para criar as mudas, e agora, com todas as mudas já crescidas, o próximo passo será o plantio das espécies.

O reflorestamento vai proporcionar melhoria na qualidade de vida do parque, através do sombreamento e do paisagismo. Entre as espécies prontas para replantar, estão angelim, imbaúba, cajueiro e mangabeira.