Quase sempre a oferta de cursos voltados ao audiovisual é direcionada ao topo da cadeia produtiva, ou seja, para direção, roteiro, direção de fotografia, direção de produção. A Diretoria de Audiovisual (Dimas) da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), encontrando o parceiro experiente no setor, o Senac, reverte esta tendência que não reflete bem as demandas do mercado e parte para a capacitação de recursos humanos em funções de base na cadeia produtiva do audiovisual com o projeto EmCine.

O Curso de Produtor de Elenco, que está em andamento na sede do Senac, no Aquidabã, sob a coordenação do produtor Elson Rosário, é o primeiro da série, que acolheu 19 alunos efetivamente matriculados, num universo de 22 selecionados entre os 40 candidatos às vagas. O êxito da iniciativa da parceria Dimas/Senac já é visível, ao menos no que diz respeito ao empenho e ao entusiasmo dos formandos: até agora, não houve evasão, fato incomum em qualquer curso.

A diretora da Dimas, Sofia Federico, afirmou que a Bahia precisa estar preparada para uma nova realidade que vem se configurando para o audiovisual local. “Estamos ampliando e regularizando a produção audiovisual no estado através de editais públicos. Estamos atraindo também, com a Bahia Film Commission, produções nacionais e estrangeiras. Isso significa que, na prática, teremos mais filmes, de variados gêneros e formatos, bem como conteúdos para televisão e outras mídias, sendo produzidos por empresas, técnicos e artistas baianos e de outros lugares do Brasil e do mundo. Precisamos, em articulação com a sociedade, estruturar o mercado para essa nova realidade que já começa a despontar. E a base disso tudo é a mão-de-obra capacitada e qualificada”, disse Sofia.

Aproveitamento nas produções

Segundo a diretora da Dimas, as demandas são claras, “quando se pensa, por exemplo, que no segundo semestre deste ano já estão agendadas nada menos que seis produções de filmes de longa metragem na Bahia, entre elas, Capitães de Areia, de Cecília Amado, e Trampolim do Forte, de João Rodrigo Matos.

Sofia observou que é viável que os recém-formados nos cursos possam ser absorvidos por estas e futuras produções, inicialmente como assistentes ou estagiários, “e começarem uma carreira promissora”.