Com o compromisso de buscar recursos para ampliar o desenvolvimento dos municípios de Pintadas e Ipirá, ambos do Território da Bacia do Jacuípe, os secretários Ronald Lobato (Planejamento) e Afonso Florence (Desenvolvimento Urbano) conheceram iniciativas que exploram a cultura de caprinos, ovinos e bovinos no território. Em reuniões com produtores e lideranças, foram discutidas possibilidades de suporte do Governo do Estado para atividades econômicas, viabilizando a articulação das cadeias produtivas.

Os secretários confirmaram a construção de uma estrada asfaltada, ligando Pintadas à malha viária estadual, o que reduzirá custos do escoamento da produção e ampliará o potencial exportador do município.

Já em Ipirá, a boa notícia será a parceria com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) para qualificar profissionais ligados à atividade coureira. Dados da prefeitura indicam que o município emprega mais de 7 mil pessoas com a exploração do couro e produz cerca de 200 mil peças por mês.

De acordo com Lobato, os municípios são exemplos de organização social em prol do desenvolvimento de arranjos produtivos e assegurou que o governo planeja um conjunto de ações integradas que busca o adensamento das cadeias produtivas, permitindo assim, que a economia regional ingresse numa escala produtiva nacional e internacional com bons produtos e com competitividade.

Iniciativas

Um dos cases baianos de sucesso no quesito articulação é a Rede Pintadas. A iniciativa integra várias associações ligadas a movimentos sociais, pequenos empreendedores e prefeitura, que implementam projetos de geração de emprego e renda, abastecimento de água, qualificação profissional, proteção a grupos sociais vulneráveis, comunicação, cultura e microcrédito.

Segundo o presidente da Cooperativa de Crédito Rural Pintadas (Sicoob Sertão), Milton Ramos, além de integrar as entidades em torno de um projeto comum, a Rede procura fortalecer a atuação de cada uma delas para descobrir novos parceiros.

Um desses projetos, que será inaugurado em breve, é o frigorífico para o abate inicial de 100 animais/dia, onde foram investidos R$ 2 milhões. Segundo Ramos, 60 produtores estão envolvidos no projeto atualmente, mas, até 2010, a expectativa é ampliar para 400.

Na opinião do secretário de Desenvolvimento Urbano, Afonso Florence, a expansão das atividades será mais rápida com a participação do Governo do Estado junto aos produtores locais e gestores da região para ações integradas que permitam o suporte à produção desde o início da cadeia até a industrialização. “Vemos nesta cooperativa uma resposta à época em que não existia nenhuma instituição financeira no local. Além de contribuir com a melhoria socioeconômica da região, houve um resgate da imagem cooperativista e a divulgação da importância do setor como instrumento para o desenvolvimento”, afirma.

Produção de couro

O Brasil já conhece as bolsas, cintos e calçados de couro fabricados em Ipirá, município localizado a 211 quilômetros de Salvador. Entretanto, o couro é apenas uma das potencialidades do território da Bacia do Jacuípe, onde habitam 219,3 mil baianos.

Em Ipirá, o couro esteve no centro dos debates, já que os números da produção local se mostram bastante significativos. São cerca de 150 microempresas com um faturamento médio de R$ 3 milhões/mês e vendas para todo o território nacional. Para o secretário Ronald Lobato, o governo pode potencializar essa produção ao oferecer tecnologia, participar de estudos de mercado e montar uma cadeia produtiva capaz de dar bons resultados.

O Arranjo Produtivo Local (APL), ao qual se pretende agregar componentes sociais para transformá-lo em um Arranjo Sócio-Produtivo (ASP) de Artefatos de Couro, é o alicerce dos fabricantes de couro no que se refere à estrutura local. As cooperativas são fundamentais quanto à organização e viabilização dos meios produtivos, contribuindo para a geração de emprego e renda.