O primeiro passo para a licitação das obras da Via Expressa de acesso ao porto de Salvador foi dado nesta quinta-feira (24) com a audiência pública para apresentação do projeto, realizada no auditório da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder). Segundo o coordenador do Projeto Via Expressa, Armindo Gonzáles, no dia 16 de maio deve ser publicado o edital de convocação para a licitação. A previsão é que o resultado seja divulgado até o final de julho. As obras devem durar 26 meses.

Gonzáles disse que foram sete meses, entre a elaboração do projeto com viabilidade técnica e econômica e sua aprovação. “As questões ambientais foram aprovadas por unanimidade pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, o que reduz os riscos de algum imprevisto que atrase os trabalhos”. Ele afirmou que o projeto reuniu, além do Estado, a Prefeitura Municipal de Salvador, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) e o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit).

“Foi um desafio ter que executar esse projeto a partir de uma configuração que não dialogava com a cidade. A idéia era uma via segregada que ia da BR-324 ao porto de Salvador”, explicou Gonzáles. Segundo ele, o novo desenho tem três focos conceituais: criar uma via exclusiva e expressa de carga, gerar novo acesso a Salvador (BR-324/Águas de Meninos) e solucionar conflitos de tráfego no trecho da Rótula do Abacaxi.

A Via Expressa vai ter 4,3 mil metros, passando por Água de Meninos, Ladeira do Canto da Cruz, Estrada da Rainha, Largo dos Dois Leões, Avenida Heitor Dias, Rótula do Abacaxi, até chegar à Ladeira do Cabula, alcançando a BR-324. No percurso, haverá três túneis, quatro passarelas, 14 elevados (4,1 mil metros), uma ciclovia, 35,5 mil metros de passeio e 23,2 mil metros de pista de rolamento com 10 faixas de trânsito (quatro para veículos de carga).

A estimativa é que trafeguem pela via 62,3 mil veículos diariamente, sendo 3,4 mil de carga e 58,9 mil comuns. Haverá também uma redução de 3,5 mil metros em relação ao trajeto atual, que é de 7,4 mil metros. Além disso, as avenidas Mário Leal, Castelo Branco e San Martin não farão mais parte do caminho de quem transita entre a BR-324 e o porto de Salvador, desafogando o trânsito também nesses locais.

A presidente da Conder, Maria del Carmen, declarou que a via custará R$ 380 milhões, sendo R$ 340 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 40 milhões de contrapartida do Estado. “É a obra com maior volume de investimentos na Bahia”.

Maior capacidade

Com a Via Expressa, o porto de Salvador, que hoje suporta 250 mil contêineres por ano, poderá ter sua capacidade ampliada para 3 milhões. As principais mercadorias que circulam pelo porto são móveis, metais, produtos químicos, alimentos, bebidas e borrachas e derivados.

Maria del Carmen disse que o projeto, pelo seu tamanho, vai apresentar algumas dificuldades. “Mas vamos ter benefícios maiores, por exemplo, para uma região que alaga, como aconteceu nas últimas chuvas, nos comércios e nas habitações”. Ela observou que o canal que atende à região da Baixa de Quintas, Avenida Heitor Dias e Estrada da Rainha será redimensionado e o problema vai desaparecer, assim como o trânsito caótico da Rótula do Abacaxi.

“Estamos utilizando os recursos que o Dnit está disponibilizando para atender a uma demanda da economia do Estado, garantindo que o porto escoe as riquezas da Bahia e, ao mesmo tempo, trazendo um benefício urbano para Salvador”, destacou a presidente da Conder.