O governo baiano espera consolidar, até o final deste ano, mais R$ 4 bilhões na captação de investimentos, que serão responsáveis pela geração de cerca de 9 mil empregos diretos. Os números são estimados com base nos projetos de implantação de 60 novas empresas no estado. Só em 2007 já foram instalados 42 novos estabelecimentos, representando mais de R$ 705 milhões em investimentos e aproximadamente de 5,5 mil novos empregos gerados.

Em Dubai, nos Emirados Árabes, o governador Jaques Wagner lidera uma nova missão para divulgar o estado. “Estamos buscando contato com empresas e investidores de várias áreas para, como sempre, levar novos investimentos e mais empregos para a Bahia”, disse Wagner, ao conceder entrevista, por telefone, direto de Dubai, para o programa de rádio semanal Conversa com o Governador.

Além das ações estaduais que estimulam a atração de negócios para a Bahia, o estado também acaba se beneficiando pela boa imagem do Brasil no exterior, conquistada pela política econômica e social do Governo Lula. Wagner aposta ainda na nova imagem da Bahia “como um cenário efetivamente democrático para os investimentos locais, nacionais e internacionais, dando a certeza ao empresariado que agora as regras e normas são claras, podendo ajudar o estado a crescer”, como sempre frisa o governador.

Novos rumos

Se por um lado o governo baiano divulga a Bahia para atrair investimentos externos, além de visitantes e novas linhas aéreas, incrementando também o turismo; por outro, estimula a indústria, o comércio e a agricultura locais atacando a falta de infra-estrutura logística, considerada pelo empresariado como o principal entrave para um desenvolvimento ainda maior do estado.

A construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, já em processo de inclusão no Plano Nacional de Viação, e de novos eixos rodoviários, ao norte, ao sul e ao oeste, significarão para a Bahia um novo patamar de desenvolvimento pelo que representam de capacidade de integração com outros estados e com a América Latina. O Estado assegurou também R$ 339 milhões para a Via Expressa Portuária, que deve ampliar a competitividade do Porto de Salvador.

Depois de ter realizado no ano passado um trabalho de manutenção de estradas, em que foram investidos R$ 54,3 milhões, o governo baiano concentra-se agora em 2008 na aplicação dos US$ 100 milhões obtidos junto ao Banco Mundial para a recuperação completa de outras estradas. Com contrapartida de US$ 86 milhões, está prevista a restauração de 1.804 quilômetros de rodovias estaduais e federais.

“A implementação dessas obras, juntamente com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contribuirão para propiciar uma integração regional e efetiva para assegurar o desenvolvimento sócio-econômico do estado, combinado com o resgate da cidadania e reparação social perante aqueles que vieram décadas sem a devida atenção do governo”, afirma o secretário de Desenvolvimento e Integração Regional, Edmon Lucas.

Os primeiros resultados de 2008 já são notados, a exemplo do aumento de 26,5% das exportações baianas no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período em 2007. O incremento verificado pelo Centro Internacional de Negócios da Bahia (Promo) foi praticamente o dobro do valor alcançado pelas exportações brasileiras, que foi de 13,8%. Só as exportações baianas no período representaram 58% das vendas externas de toda a Região Nordeste.

Quitando dívidas

Outra medida que também está animando o governo da Bahia em 2008 é a negociação de um financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) da ordem de R$ 698 milhões para a reestruturação da dívida pública do Estado. A ação é considerada de importante impacto na economia já que, com o financiamento, destinado ao pagamento das dívidas já existentes, acaba-se impedindo que a concentração de vencimentos em 2008 e 2009 venha comprometer a capacidade de investimentos do Estado.

“Haverá, portanto, a disponibilização de cerca de R$ 721 milhões para serem aplicados em investimentos neste ano e no seguinte”, como explica Wagner. O Estado poderá aplicar em infra-estrutura e também em programas sociais de inclusão social e geração de emprego e renda, dinamizando as condições para que a economia local possa crescer ainda mais. O Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido, o Programa Água para Todos e a ampliação do microcrédito são algumas das iniciativas nesse sentido.