* Matéria publicada às 19h40

* Atualizada às 21h35

Questões ligadas aos direitos humanos, políticas públicas na área da saúde, inclusão social e combate à homofobia, são os principais temas em discussão durante a 1ª Conferência Estadual dos Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais da Bahia (GLBT). O evento, promovido pela Secretaria Estadual da Justiça Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), foi aberto, nesta quinta-feira (24), pelo governador em exercício, Marcelo Nilo, e deve reunir 150 participantes da capital e interior até sábado (26).

Para a secretária Marília Muricy, “a homofobia representa uma das chagas sociais mais perversas, como qualquer forma de preconceito, e deve ser eliminada”. Ela afirmou ainda que o Governo do Estado está se juntando à União para criar centros de referência que vão prestar apoio aos homossexuais nas áreas política, psicológica e social.

O governador em exercício, Marcelo Nilo, disse que já há diversos projetos em tramitação na Assembléia Legislativa, voltados ao combate à homofobia e discriminação contra aqueles que têm preferência por pessoas do mesmo sexo.

Segundo estudo promovido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), 122 homossexuais foram assassinados no Brasil, em 2007. O relatório aponta que, na Bahia, 18 gays foram mortos de forma violenta.

O fundador do grupo, Luis Mott, apresentou três propostas para reduzir os índices de violência contra os homossexuais – a educação sexual nas escolas, o apoio de instituições, como a Justiça e a polícia, e que as pessoas passem a denunciar todo e qualquer tipo de violação aos direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. “Hoje, a intolerância religiosa, o machismo, o preconceito e a violência são os nossos principais obstáculos a serem ultrapassados”, enfatizou.

O travesti e professor que pediu para ser identificado como Yara Pérola, 32 anos, saiu de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, para participar da conferência. Para ele, a discriminação afeta a auto-estima das pessoas. “Com isso, fica difícil a inserção no mercado de trabalho e a falta de oportunidades leva muitas pessoas à prostituição e ao tráfico de drogas”.

O atual presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, ressaltou a importância do encontro em nível estadual – o qual considera como um marco histórico – e disse que muitas propostas serão levadas à I Conferência Nacional, prevista para os dias 6, 7 e 8 de junho, em Brasília.