A incorporação dos assistentes sociais no processo de doação e transplante de órgãos tem apresentado resultados muito positivos, que se refletem no aumento expressivo de doações e cirurgias realizadas em 2007, que quase triplicaram em relação a 2006 (foram 42 doações de múltiplos órgãos em 2007 e 16 em 2006). A afirmação foi feita na manhã de hoje, no Centro de Convenções da Bahia, pelo diretor de Atenção Especializada da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), Renan Araújo, durante a instalação do I Seminário sobre a Prática do Serviço Social no Programa Estadual de Transplantes de Órgãos e Tecidos – Novos Desafios.

No evento, que reuniu mais de 100 profissionais da área de serviço social, numa iniciativa da Sesab, via Sistema Estadual de Transplantes, Araújo falou sobre a importância dos assistentes sociais no processo de doação de órgãos, sobretudo na relação com as famílias dos potenciais doadores, e anunciou novos investimentos que serão feitos pela Sesab na área de transplante, entre eles a criação de um centro de transplantes no Hospital Roberto Santos e a retomada do transplante renal no Hospital Ana Nery.

“Reverter o quadro encontrado pela atual gestão nas atividades de doação e transplante de órgãos tem sido uma prioridade da Sesab, com resultados bastante significativos, mas ainda incipientes para as necessidades do estado”, disse Araújo. Ele chamou atenção também para o importante papel desses profissionais em outras atividades e programas da Sesab e lembrou que no atual governo foram contratados 191 assistentes sociais aprovados no último concurso público, realizado em 2005.


“Verdadeira mudança”

Representando o secretário da Saúde, Jorge Solla, o superintendente de Atenção Integral à Saúde da Sesab, Alfredo Boa Sorte, afirmou que a equipe do Sistema Estadual de Transplantes promoveu uma “verdadeira mudança no processo de transplante na Bahia”. Para Boa Sorte, a prioridade que vem sendo dada ao setor e os bons resultados alcançados levou o Ministério da Saúde a escolher a Bahia para sediar o lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, no ano passado.

“Em 2007, a Bahia saltou do 22 para o 13º lugar em número de doações e transplantes de órgãos no país”, declarou o superintendente. Ele destacou também a situação do Brasil, que ocupa a segunda posição no ranking dos transplantes no mundo em número de cirurgias e a primeira em termos de serviço público – 90% dos transplantes feitos no Brasil são pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Logo após a solenidade de instalação do encontro, houve uma palestra sobre o panorama atual do Programa Estadual de Transplantes, a cargo do médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes.

De acordo com Moura, a falta de doadores ainda é um dos problemas enfrentados, “mas existem outros grandes obstáculos a serem vencidos, entre eles a não identificação dos possíveis doadores nos hospitais”.