Este ano, o município de Salvador já registrou 178 casos de dengue, mas nenhum da forma grave. Para reforçar o combate na região metropolitana da capital baiana ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, uma equipe de 170 bombeiros vai ser treinada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). A primeira das cinco turmas que participarão da capacitação já está recebendo três dias de aulas teóricas sobre a forma de contaminação e a reprodução do mosquito, antes de sair para o trabalho de campo.

Para o major Antônio Júlio Nascimento, subcomandante do Corpo de Bombeiros, a corporação existe para a proteção social da vida e do patrimônio. “Quando você faz a relação desta doença com a possibilidade do desastre, que é o momento onde há muitas vidas em risco, então passa a existir uma conexão entre a natureza do trabalho dos bombeiros e a prevenção à dengue”, explicou. Segundo ele, para isso, um dos fatores tratados no curso é a abordagem ao cidadão. “É importante uma forma adequada de se chegar às casas das pessoas”, afirmou.

Em toda a Bahia, houve cerca de 8.370 casos registrados da dengue, a maior parte na região de Irecê, sendo que, dos 33 casos identificados da dengue hemorrágica, dois levaram os pacientes à morte, um em Lauro de Freitas e outro em Itagibá. Para evitar que a doença se torne uma epidemia, o governo estadual tem atuado em parceria com os governos municipais e federal em todos os 417 municípios baianos, onde estão sendo feitas a distribuição e a aplicação de inseticidas e larvicidas, além da orientação à população.

Para o coordenador de Controle Vetorial da Dengue na Sesab, Emanuel Araújo, o número de casos na Bahia não chega a preocupar. Ele observou que há uma média de 59 casos para cada 100 mil habitantes e que, para ser considerada uma epidemia, seriam necessárias pelo menos 300 notificações por 100 mil habitantes. “Mas, mesmo assim, é preciso que mantenhamos o trabalho de orientação e prevenção”, disse.