“A decisão de decretar estado de greve, tomada na plenária desta segunda-feira (31), foi precipitada, mesmo porque toda a mesa (dirigente) foi contra”. A afirmação foi feita, nesta terça-feira (1), em reunião na Assembléia Legislativa da Bahia, por Geraldo Pereira, presidente da Associação dos Sargentos de Ilhéus, entidade com 300 integrantes, ao falar sobre a discussão das associações representativas dos policiais militares do estado. “A greve, no nosso entendimento, não é boa para ninguém. Nem para a gente, nem para a sociedade, que é a parte mais sofrida”, argumentou.

Segundo Geraldo, o exemplo de 2001 foi claro. “Os policiais não conseguiram atingir seus objetivos, não fomos atendidos e houve gente demitida”, lembrou. Para ele, se o governo tem a intenção de dialogar é melhor esperar para ver o que pode ser feito porque “nós tivemos um fórum e criamos a União das Associações do Estado da Bahia e, pelo que tenho visto, todas elas têm o mesmo pensamento”.

O diretor jurídico da Associação de Policiais de Jequié e Região (Aspojer), entidade com 700 integrantes, soldado Deyvison Batista, concorda com o sargento Geraldo, enfatizando que a categoria não pensa, nesse momento, em uma paralisação, “porque isso só prejudica a sociedade e nós achamos que a sociedade baiana tem que ser posta em primeiro lugar”.

Deyvison também concorda com Geraldo ao dizer que a decisão da plenária foi precipitada e que ameaça o canal de diálogo entre policiais e governo. Na sua opinião, o movimento agora poderia fechar esse canal de diálogo, o que espera não acontecer. “Nós elegemos esse governo e queremos que ele continue sentando com a gente, mantendo esse diálogo”, enfatizou.

Segundo o policial, todas as associações têm disposição para o diálogo, apesar de alguns discursos mais inflamados e radicais, enfatizando que o radicalismo vai prejudicar a sociedade baiana, “e nem nós, nem o governo temos esse interesse. Nós conversamos com outras entidades que também pensam nessa mesma linha”.