As investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) indicam que a chacina, ocorrida no final do mês passado, na região de Simões Filho, está relacionada com a disputa entre oito assaltantes dos mais de R$ 400 mil roubados, em 22 de março, da sede da empresa de Transportes União, localizada na Avenida Barros Reis. Na época, quatro corpos carbonizados foram encontrados ao lado de três veículos, no CIA. O único sobrevivente, Geraldo Novais, que teve 80% do corpo queimado, continua custodiado no Hospital Geral do Estado.

Uma equipe da DRFR apreendeu hoje, numa casa na Vila Mel, na localidade de Floresta, no IAPI, pertencente a Ítalo Oliveira Pereira, 30 anos, um dos acusados da chacina, seis explosivos ativados (três bananas de dinamite e três outros artefatos com pavios), grande quantidade de munição de fuzis de calibres ponto 50 e 762, e de pistolas 45 e 380, quatro balanças, dois coletes a prova de balas, 1,5 quilo de maconha, 50 pedras de crack e um pé de cabra.

Desativados por agentes do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (COE, os explosivos foram encaminhados para a sede do órgão e serão periciados, juntamente com o restante do material apreendido.

Ao perceber a chegada da Polícia, Ítalo Oliveira fugiu, pulando de uma altura correspondente a um edifício de dois andares. Outros dois homens, identificados como Cláudio Eduardo Campanha da Silva (Pai) e Carlos Antônio Moreira de Oliveira Júnior (Seu Peste), que teriam participado do assalto à empresa de transporte e dos quatro assassinatos, também estão sendo procurados. Com passagem pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), Ítalo tem um mandado de prisão preventiva em aberto, expedido pela 1ª Vara do Júri, por homicídio.

Cristina Silva de Oliveira, mulher de Ítalo, localizada numa casa ao lado, confirmou as informações fornecidas por Geraldo, sobrevivente da chacina, sobre o assalto e os assassinatos e carbonizações dos comparsas, identificados como Josenílson Pereira Santos, Neídson de Santana Marinho e Jorge Santos Souza. Em relação a Lucas Abelardo da Silva Lopes, seria, segundo familiares, o quarto homem carbonizado, informação ainda não confirmada pela perícia.

No depoimento prestado à Polícia, Geraldo Novais contestou a versão da família de Lucas, garantindo que foi ele quem organizou a emboscada contra os comparsas, a mando de Ìtalo, Cláudio e Carlos Antônio. Declarou que a motivação dos homicídios fora um desentendimento por causa da partilha dos mais de R$ 400 mil roubados da Empresa União.

Lucas teria acertado, com Geraldo, Josenílson Neídson e Jorge, mais um assalto e, no local combinado para o encontro, eles foram executados, à exceção de Geraldo. Será solicitada a prisão preventiva de todos os acusados de envolvimento no assalto. Já os inquéritos sobre os homicídios estão sendo conduzidos pela 8ª Delegacia, sediada no CIA.